Reunidos ao longo do dia de ontem, representantes das Casas Bahia e do Pão de Açúcar ainda estão longe de acordo para salvar a fusão entre as empresas. Os encontros começaram pela manhã, com a participação de Samuel e Michael Klein, das Casas Bahia, e Abilio Diniz, do Pão de Açúcar. A reunião entre os controladores durou cerca de duas horas.
À tarde, as discussões prosseguiram entre os advogados e os assessores financeiros. Novos encontros ainda vão acontecer. As Casas Bahia se manifestaram oficialmente pela primeira vez desde que o conflito entre os dois grupos varejistas veio a público. Em breve nota enviada à imprensa, a empresa informou que "continua empenhada em manter tratativas visando a preservação dos interesses de seus sócios e de seus mais de 56 mil colaboradores".
Anunciada em dezembro do ano passado, a união entre Pão de Açúcar e Casas Bahia começou a dar problemas pouco tempo depois. Michael Klein passou a se queixar a amigos de que precisava submeter suas decisões à
aprovação de Abilio e que isso o incomodava. Também não gostava de ver executivos do Pão de Açúcar interferindo na gestão das Casas Bahia.
A principal queixa, no entanto, tem base financeira. A família Klein entende que seus ativos foram subavaliados em pelo menos R$ 2 bilhões na operação de fusão.
BOLSA - Um dos maiores empecilhos a um acordo é que, mesmo que o Pão de Açúcar concordasse com tudo que os Klein desejam mudar, o grupo tem limitações por ter capital aberto, com ações negociadas na Bolsa. Mudar o contrato pode dar margem a processos por parte dos acionistas minoritários, que negociaram papéis da companhia durante quatro meses sob as bases do acordo de dezembro.
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