Para empresários e industriais que desejam sair da crise internacional reduzindo as perdas ao máximo fica a dica: apresentar produtos, ressaltar suas vantagens e distribuir cartazes e outdoors pode não ser mais suficiente.

"Aproveite essa oportunidade para inovar". A idéia é de Philip Kotler, renomado consultor de marcas e marketing em todo o mundo. Em palestra concedida no Expomanagment 2008, o especialista afirma que em um cenário caótico, em que as companhias já são violentamente competitivas, a luta deve ser pela marca. "Empreendedores vão precisar de muita inteligência competitiva para agarrar as oportunidades o quanto antes."

Não basta, no entanto, investir em uma marca sedutora. A globalização, o avanço tecnológico e o estreitamento das redes de contato criaram o cenário que o especialista chamou de comoditização, onde muitos produtores conseguem colocar as mesmas peças no mercado. "O preço é o que vai orientar o comprador." Para escapar dessa máquina, Kotler sugere o trabalho ao redor da influência de líderes em suas comunidades. "A mídia gerada pelo próprio consumidor cria burburinho. Os seus principais conectores têm de ser os indivíduos com larga rede de contatos", afirma. Esse burburinho ultrapassa as barreiras da comoditização, uma vez que possibilita ao consumidor uma experiência próxima de utilização bem sucedida dos produtos focados na gestão. "Cria-se uma epidemia de interesse."

A criação de espaços conceituais, que integram experiências, também é apontada por Kotler como uma forma de captação do consumidor. Não só por provocar uma sensação de plenitude no consumidor, que passa a se sentir em casa, mas também por permitir o que chamou de marketing neural, ou seja, análise do comportamento do consumidor observando a sua relação com os produtos disponíveis na loja.

Com essa linha de pensamento, empresas têm mudado a abordagem de seus clientes. "O comprador não olha apenas o produto, mas para a forma como ele se sente usando ele", explica o consultor. "Hoje, empresas de o sucesso estudam profundamente os próprios clientes."

Fidelização é importante em meio à turbulência global

A fidelização também vem sendo utilizada pelas empresas como estratégia para a retenção de clientes e disseminação de uma imagem positiva em meio a um cenário turbulento na economia nacional.

"A fidelização vai além do cartão de acúmulo de pontos. Abrange um conjunto de detalhes dentro do relacionamento com o cliente", afirma Luci Lahrs, diretora da Larhs Consultoria, especializada em projetos de atendimento ao consumidor.

Segundo Luci, é fundamental que as equipes estejam treinadas para distribuir um atendimento moderno, que envolve personalização da atenção e calor humano. "Em geral, praticidade e relacionamento intimista garantem boa parcela dos clientes", reitera.

Uma prova disso é o SPA Sorocaba, eleito o melhor SPA do Brasil pela revista Viagem. Após um ano de investimentos, Manuel Castanho, diretor executivo da instituição garante que esse ingrediente faz parte da sua receita de sucesso. "Cativar o cliente é o básico. Nos concentramos no aconchego dos pacientes e na forma de atendimento", conta.