Rock produzido com autenticidade, conhecimento de causa e uma dose substantiva de energia. São esses os pilares do trabalho da banda gaúcha Cachorro Grande, atração principal do festival de lançamento da revista Lifestyle, que será realizado no próximo domingo (dia 26), a partir das 9h, no Espaço Lux, em São Bernardo.

Além do grupo, a programação incluirá apresentações de outros artistas bem conhecidos pelo público jovem, a partir das 14h, e demonstrações de esportes radicais. Os ingressos custam R$ 25, mas quem deixar para comprar as entradas no local, pouco antes do show, pagará R$ 45.

Cara Nova - Em fase de aquecimento para a gravação de seu primeiro CD ao vivo, prevista para janeiro de 2009, o vocalista do Cachorro Grande, Beto Bruno, sintetiza o despojamento e a urgência da trupe.

"Estamos ensaiando para o disco e testamos músicas novas e antigas, como Lili e Sexperience, que voltaram com a cara nova. O público está servindo como uma cobaia", afirma Bruno.

Quem entrevista o cantor e espera extrair dele frases comedidas e diplomáticas sobre temas como o atual cenário musical, por exemplo, poderá se frustrar. Sinceras, suas respostas sobre qualquer assunto são diretas, proferidas com forte sotaque e pontuadas por gírias típicas dos Pampas.

"As bandas novas estão muito atrás de modismos, ficam mais preocupadas com a roupa e o cabelinho. Vou conversar sobre rock com eles e não sabem de nada", define. Tem velho que chega para mim e diz que nem gosta de rock, mas percebe que nós somos autênticos."

Outro ponto de discordância entre Bruno, 34 anos, e a nova geração de músicos é o apego dos mais jovens às tecnologias disponíveis na internet. Para ele, roqueiro ligado à tradição e formado à base de muitas gravações analógicas do Kinks e do The Who, ouvir riffs de guitarra no formato MP3 não tem a mesma graça.

Referências - Conhecedor da cartilha do rock ‘n' roll, o intérprete gosta de utilizar referências para explicar a trajetória do Cachorro Grande. Desde Todos os Tempos, álbum lançado em 2007, a tarefa de escrever o repertório não é mais exclusividade de Beto e do guitarrista Marcelo Gross.

Composta por 12 faixas, a ‘bolachinha' traz contribuições do baterista Gabriel Azambuja (autor de Nada pra Fazer), do baixista Rodolfo Krieger (em Deixa F...) e do tecladista Pedro Pelotas (parceiro de Bruno na faixa Sandro). "Todo mundo que a gente admira trabalha assim, como Beatles, Mutantes, Oasis, em que os integrantes tocavam e cantavam suas músicas. Viramos uma banda mesmo."

Em relação à longevidade, Bruno também pretende seguir os passos de seus ídolos e permanecer na estrada por muitos anos. "Não me vejo fazendo outra coisa".

Cachorro Grande - Show. Dia 26, a partir das 14h. No Espaço Lux - Rua Antônio Luís Valério, 97, São Bernardo. Tel.: 4339-4903. Ingr.: 25 (antecipados) R$ 45 (no dia).

Sete artistas se apresentam a partir de 14h

Antes de o Cachorro Grande exibir sua coerência e poder de fogo no festival em São Bernardo, o público poderá conferir diversas performances de esportes radicais e uma série de shows que inclui grupos de estilos como hip hop, hardcore, punk e rock ‘n' roll.

A abertura do evento será às 9h, com exibições de skateboarding e bike. A programação musical começará às 14h, com o show do grupo Resto, que tem repertório dedicado aos clássicos de medalhões do punk como Ramones e Bad Religion.

Na seqüência, às 15h, será a vez do E.D.C mostrar seu new metal marcado pelo timbre grave e o peso das guitarras. Às 16h, sobe ao palco a Grinders, veterana banda formada em Santo André na primeira metade da década de 1980 e fortemente influenciada pelo estilo skate rock.

Para as 17h, está prevista a apresentação do EnvyDust, representante do intenso e passional gênero screamo (o termo deriva da palavra scream, que significa grito, em inglês).

Entre os nomes consagrados, participam o grupo capixaba de hardcore melódico Dead Fish, o rapper Black Alien e o trio de indie rock Autoramas, capitaneado pelo guitarrista e vocalista Gabriel Thomaz.