Cláudio Deberaldine assumiu ontem a presidência do PV em Ribeirão Pires. A indicação para o posto foi tentativa de acalmar os ânimos do partido, acirrados desde que a vereadora Mercedes D'Orto aceitou convite para ser líder do governo de Saulo Benevides (PMDB) na Câmara.

Antigo mandatário do PV local, Eduardo Nogueira se posicionou contrário à postura de Mercedes e anunciou que seria "oposição inteligente" ao peemedebista.

A vereadora não escondeu seu descontentamento com a fala do ex-presidente e reclamou que não foi comunicada sobre a troca na executiva municipal. Internamente, Mercedes cobrou respeito, pois foi a parlamentar mais votada do município, com 1.226 votos.

Nas últimas semanas, a verde chegou a admitir a possibilidade de deixar o partido caso não houvesse mudança no posicionamento da sigla. O fato de Nogueira ser o primeiro suplente do partido também incomodou a vereadora, que poderia perder a cadeira se resolvesse deixar a legenda.

Mercedes não só ganhou a queda de braço com Nogueira como foi mantida na liderança do governo. "Não tem problema (Mercedes continuar como líder do governo Saulo), mas eu não sei como ela vai administrar. Porque o Saulo não pode passar o resto do ano falando da dívida (deixada pelo antigo governo). Ele precisa governar", ponderou Deberaldine. A vereadora alegou problemas pessoais e não foi ao encontro.

PAZ E AMOR

Com a posse de Deberaldine, o PV de Ribeirão deve adotar posição mais amena em relação ao governo Saulo. O novo presidente é conhecido pelo seu perfil apaziguador. "Vamos fazer discussão de política pública. O partido não tem nada a ver com a briga entre o Saulo e o Clóvis (Volpi, ex-prefeito). Eles que têm de resolver", afirmou.

A troca não afetou o poder de Volpi, que continua como primeiro vice-presidente. Assim como Nogueira, Deberaldine é homem de confiança do cacique verde. O atual comandante do PV chegou a ser diretor do Consórcio Intermunicipal quando Volpi era presidente.