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Casos de dengue despencam no Grande ABC
Por Renata Gonçalez
Do Diário do Grande ABC
18/11/2004 | 09:11
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Às vésperas do lançamento de mais uma campanha nacional do Dia D de Combate à Dengue, programada para o próximo sábado, cinco municípios do Grande ABC comemoram queda significativa no número de casos registrados, se comparado a 2003.

O balanço parcial do ano divulgado pelas Prefeituras de São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires, apontou que de janeiro até esta quarta foram diagnosticados 13 casos de dengue, contra 191 registrados no ano passado nas mesmas cidades. Santo André e Rio Grande da Serra não divulgaram suas estatísticas até o fechamento desta edição.

Das cinco cidades, os dados mais expressivos foram os de Diadema. Desde o início do ano, o município registrou apenas um caso de dengue, quando em 2003 foram 88 diagnósticos confirmados. Destes, 43 foram autóctones, ou seja, contraídos na própria cidade. Já o único diagnóstico de dengue deste ano se tratava de um caso importado, como é chamado o doente que é atendido no município, porém, que tenha contraído a doença em outra localidade.

Ainda de acordo com o mesmo levantamento parcial, Ribeirão Pires é a única cidade que não teve nenhum caso de dengue confirmado neste ano. Em 2003, foram dez diagnósticos, todos importados.

Para a médica veterinária Eliana Maciel Góis, coordenadora da equipe de Combate à Dengue da Vigilância à Saúde de Ribeirão Pires, os números positivos na região são resultados de empenho mútuo dos municípios. "Uma vez que quase todos os casos que registramos eram importados, tornou-se importante trabalhar em conjunto. Além disso, o trabalho preventivo é feito inclusive no inverno, época não-propícia ao aparecimento do Aedes Aegypti", declarou a veterinária, referindo-se às visitas mensais de agentes da saúde de casa em casa, no intuito de localizar possíveis focos de desenvolvimento da larva do mosquito.

O resultado foi semelhante em Mauá. No ano passado, o município registrou 25 casos de dengue, todos importados. Neste ano, foram apenas dois diagnósticos confirmados. Também sem apresentar nenhum caso autóctone, São Caetano confirmou seis doentes com dengue em 2003, e três neste ano. Queda expressiva também foi notada em São Bernardo, de 62 no ano passado para sete casos desde o início deste ano, todos importados.

Apesar da baixa incidência da doença, o diretor da Vigilância à Saúde de São Caetano, Edson Hiroshi Kakiuchi, afirmou ser necessário reforçar as ações preventivas em bairros como o Fundação, Prosperidade e o Centro. "São bairros populosos, vizinhos a outras cidades e, portanto, com potencial para dengue. O que ajuda é que a população tem contribuído muito, e mais de 80% dos que são notificados cumprem as orientações dos agentes de saúde", afirmou o diretor da Vigilância.

Queda geral - A menor incidência da doença não ocorreu apenas na região. Também foi percebida nos âmbitos estadual e nacional - cujo dados deste ano, no entanto, levam em consideração casos de dengue registrados de janeiro até setembro.

No Estado de São Paulo, onde a queda foi ainda mais significativa, o índice baixou de 20.356 diagnósticos da dengue em 2003, para 2.991 neste ano, redução equivalente a 85,3%. Já o total de casos confirmados em todo o país baixou de 329.844 diagnósticos no passado, para 93.463 em 2004. A diminuição registrada neste caso foi de 71,6%.

No Brasil, a região Sul (formada pelos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) foi a que obteve o melhor índice de redução nos casos de dengue, com 96,6% de queda. A região Norte (que abrange Roraima, Rondônia, Acre, Amazonas, Amapá, Pará e Tocantins) registrou índice de 46,1% de redução da doença - o menor em todo o Brasil. Juntamente com os Estados do Nordeste, a região Norte é a que mais exporta a dengue para outras localidades.

Na avaliação dos responsáveis por campanhas de combate à dengue no Grande ABC, a erradicação da doença ainda depende muito da colaboração da população. "Esse fator ainda é um agravante para o sucesso da campanha. Muitos ainda vêem as equipes de agentes comunitários com certa ressalva, ou não seguem as instruções passadas por eles", afirmou a coordenadora de Ribeirão Pires, Eliana Góis.

A adoção continuada de medidas preventivas é defendida por Luiz Jacintho da Silva, superintendente da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), órgão ligado à Secretaria Estadual da Saúde. "A queda dos números da dengue, verificada desde 2002, é única e exclusivamente resultado do controle realizado em todo o território estadual. Mas é preciso olhar com cuidado para esta redução porque a dengue, por si só, tem uma variação decorrente do clima ou de mudanças genéticas do agente causador. Por isso, não se pode afrouxar o controle."

Campanhas - O Dia D de Combate à Dengue na região será marcado por palestras educativas na maioria das sete cidades. Em São Bernardo, a programação foi iniciada nesta quarta. Agentes de saúde distribuíram panfletos informativos nos terminais metropolitanos Centro e Ferrazópolis, das 9h ao 15h. A atividade se estende até sábado, quando também estarão na praça Lauro Gomes, no Centro.

Em Diadema, um mutirão com 250 agentes de saúde vão visitar casas e lojas em toda a cidade. Também serão montados quiosques para orientações em diversos bairros e nos supermercados Carrefour e Coop. Mauá e Ribeirão vão intensificar a campanha nesta quinta e sexta em escolas e unidades de saúde.




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