Economia Titulo Mercado de trabalho
Região registra criação de 19 mil vagas de emprego em seis meses

Números do trabalho com carteira assinada mostram recuperação em relação a 2020

Yara Ferraz
29/07/2021 | 18:36
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Claudinei Plaza/DGABC


O Grande ABC gerou 19.063 vagas de emprego com carteira assinada no primeiro semestre, o que equivale a uma média de 105 contratações por dia no período. O setor de serviços foi responsável por impulsionar o resultado, com 7.834 postos.

Os números são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados ontem pelo Ministério da Economia, e foram tabulados pelo Diário.

Nos seis primeiros meses deste ano, entre as cidades, São Bernardo aparece com 7.265 vagas criadas, seguida por São Caetano (veia mais informações na arte acima).

Apesar de o setor de serviços liderar, todos os demais segmentos também criaram empregos. A indústria aparece em segundo lugar, com 5.643 postos gerados, a construção civil abriu 3.433 e o comércio, 2.158.

“O setor de serviços foi o mais afetado no ano passado e é altamente empregador, o principal da economia. No segundo semestre do ano passado, a indústria já tinha começado a fazer ajustes de emprego na recomposição de estoques”, afirmou o coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero .

“Infelizmente, é um segmento (serviços) que não é gerador de médios e altos salários”, completou o coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio.

Com o resultado, a região conseguiu recuperar empregos formais perdidos em 2020, quando encerrou o primeiro semestre com saldo negativo de 34.544 postos. No decorrer do ano, com a criação de vagas, a situação melhorou, mas ainda fechou 2020 com -12.448 postos.

“Mas isso não significa necessariamente que tenhamos uma situação cômoda no mercado de trabalho. O Caged pega o mercado formal, mas grande parte das pessoas não tem registro em carteira (como exemplo, autonômos e trabalhadores informais)”, disse ele, citando os números de desemprego da Região Metropolitana de São Paulo, medido pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, que estão em torno de 14%. “Não acredito que a situação no Grande ABC seja muito diferente”, afirmou.

Maskio também chama a atenção para a recuperação mais lenta do mercado de trabalho na região, na comparação com os dados nacionais, já que o Brasil fechou 2020 com a abertura de 142.690 vagas de emprego. “Tivemos um período mais crítico no ano passado e só conseguimos começar a recompor neste ano. Isso mostra a diferença no ritmo do mercado de trabalho do Grande ABC e do País.”

Balistiero acredita em uma recuperação cíclica da economia, que deve continuar nos próximos meses, “mas que em 2022 deve perder tração. Precisamos de anos de crescimento sustentado e estamos longe disso”.




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