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Pedreiros e pintores se unem em central para prestar serviços
Márcia Pinna Raspanti
Do Diário do Grande ABC
29/01/2005 | 16:31
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Depois de passar por cursos de capacitação, profissionais que integram a CSA (Central de Serviços Autônomos), de Santo André, comemoram um aumento neste mês de cerca de 30% na procura. Eles são pedreiros, pintores, encanadores, eletricistas e outros trabalhadores da construção civil que há um ano se tornaram empreendedores e entraram para o mercado formal de trabalho.

Atualmente, 20 trabalhadores participam do programa e outros 20 preparam a documentação exigida. A central pede que o interessado apresente certificadode antecedentes criminais e torne-se pessoa jurídica. A exigência é feita porque a informalidade no setor é muito alta – atinge 62% dos profissionais do Grande ABC que atuam na construção civil, segundo o Observatório Econômico de Santo André. Os trabalhadores são autônomos e contribuem para o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social).

A central é gerenciada pela Coop Mútua-Ação (Cooperativa de Trabalho na Área de Psicologia), com a coordenação da Secretaria de Desenvolvimento e Ação Regional. Os preços cobrados pelos serviços são negociados diretamente com os clientes. “Os valores variam muito. Estabelecemos faixas de preços para cada tipo de serviço, mas o profissional decide quanto deve cobrar”, diz Cássia Garcia dos Santos, da Mútua-Ação.

Os participantes do programa possuem crachá de identificação, jaleco padronizado, apresentam orçamento e contrato para prestação de serviços, além de fornecer recibo. Para o pedreiro André Siqueira, 29 anos, esses são alguns motivos que contribuem para o sucesso da central. “O cliente se sente mais seguro e tem mais confiança no nosso trabalho”, acredita.

Siqueira trabalhou por cinco anos em uma indústria gráfica, como operador de máquinas, e, ao sair da empresa, começou a atuar na construção civil de maneira informal. Hoje, o pedreiro paga INSS e ganha de R$ 800 a R$ 900 por mês. “Trabalhar com tudo regularizado é melhor. A gente se sente mais tranqüilo”, afirma.

Paulo Ferreira do Carmo, 53 anos, também deixou a informalidade quando passou a integrar a central. O eletricista e encanador foi metalúrgico por 12 anos na área de ferramentaria. Formado pelo Senai, Carmo ficou desempregado e começou na construção civil por acaso. “Reformei minha casa e percebi que poderia ser uma opção de trabalho”, conta.

Desde que começou a integrar o programa, ele diz que já ter recusado serviços, por falta de tempo. “Não falta trabalho”, afirma. O ex-metalúrgico diz que seus ganhos variam muito. “Há meses em que chego a R$ 2 mil e em outros ganho apenas R$ 400. Os valores dependem do tipo de serviço”, conta.

A CSA funciona no Núcleo Sacadura Cabral, na avenida Prestes Maia, 3550. O agendamento com os profissionais pode ser feito pessoalmente ou pelo telefone 4991-1913.




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