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Saga em busca de compositor

Grupo de teatro local homenageia legado do maestro Elpídio dos Santos no Sesc Santo André

Vinícius Castelli
07/02/2019 | 07:00
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Caio Caciporé/Divulgação


Desde que foi formada, em 2008, a Companhia de Teatro Navega Jangada, de Santo André, tinha na gaveta a ideia de projeto para levar aos palcos um pouco da história de Elpídio dos Santos (1909-1970), maestro, compositor e violonista de São Luís do Paraitinga, Interior de São Paulo, conhecido por faixas como Casinha Branca. Mas, no ano passado, uma década depois de ser pensada, a ideia deixou de ser apenas desejo para se tornar o espetáculo Os Quatro Cantos de Elpídio, que pode ser visto amanhã e sábado, na agenda do Sesc Santo André. 

A peça musical acompanha a saga de Catarina, que sai em busca de encontrar compositor que tocou seu coração por meio de canções e melodias. “É uma história contada e cantada por oito festeiros que passam por devoções e carnavais até, quem sabe, conhecerem Elpídio dos Santos”, explica Talita Cabral, que assina texto e direção da montagem local.

A música ao vivo, que tem direção de Rodrigo Regis, é usada como forma de narrativa na encenação. Para isso, além de cantos, há viola, violão, sanfona, saxofone, flauta transversal, pandeiro e alfaia. A produção independente é repleta de vida e cores. Tanto que foram preparados 18 figurinos, máscaras e um grande cenário composto por coreto típico de cidades do Interior.

Outro personagem que ganha vida na peça é Amácio Mazzaropi (1912-1981), que era amigo de Elpídio na vida real. O maestro, aliás, foi responsável por criar trilhas sonoras para obras do ator e cineasta, casos de Fogo no Rancho, para o filme Jeca Tatu (1959), e Sopro do Vento, para o longa Tristeza do Jeca (1961).

Talita acredita ser muito importante levar o nome de Elpídio para o público, que muitas vezes não o conhece. “O compositor sequer é citado pelo intérprete. Ele era multi-instrumentista, esculpia, fazia mágicas para os filhos. É muita história”, diz.

Ela conta que conheceu a história do homenageado em 2005, quando viajou para São Luís do Paraitinga para participar da tradicional Festa do Divino. Ficou apaixonada pelas casas e cores do local. Passou, então, a pesquisar sobre a história da cidade até saber do compositor.

“Cheguei à casa de Elpídio, onde conheci Vó Nira, hoje já falecida, mulher dele”, revela Talita, que passou a ter contato também com filhos e netos do maestro. “Vi seus instrumentos, coleções de esculturas de barro e cerâmica”, explica. “Resolvi me aprofundar em sua obra, resultando até mesmo em um trabalho de conclusão de faculdade de artes cênicas. Naquele período já tinha certeza que esse rico conteúdo precisaria um dia se transformar em espetáculo teatral. E assim foi”, encerra.

Os Quatro Cantos de Elpídio – Peça. No Sesc Santo André – Rua Tamarutaca, 302. Tel.: 4469-1200. Amanhã, às 21h, e sábado, às 20h. Ingr.: R$ 6 a R$ 20 (www.sescsp.org.br). 




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