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Região tem alta de 35% nos latrocínios

Foram 23 casos de roubo seguido de morte entre janeiro e setembro; índice preocupa especialistas

Por Aline Melo
Do diário do Grande ABC
31/10/2018 | 07:00
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O número de latrocínios (roubos seguidos de morte) registrados no Grande ABC aumentou 35% de janeiro a setembro deste ano na comparação com o mesmo período de 2017. Foram 23 ocorrências em 2018 contra 17 casos no ano passado. Os dados são da SSP (Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo). Duas cidades – Diadema e São Bernardo – respondem pela maior parte dos crimes (veja a tabela ao lado). Especialistas da área ouvidos pelo Diário destacam a necessidade de atacar os roubos, motivação inicial do delito.

Coordenador do Observatório de Segurança da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), David Siena chama atenção para o fato de os registros de roubos terem apresentado queda no mesmo período analisado, o que poderia indicar subnotificação dos crimes. Nos primeiros nove meses do ano, ocorreram na região 18.176 roubos, 13,27% a menos do que no mesmo período do ano passado, quando foram registradas 20.957 ocorrências.

“A segunda hipótese é um aumento no uso de arma de fogo no lugar de um simulacro, além da intimidação que o criminoso já usa para praticar o delito”, explica Siena. Para o especialista, é preciso que haja investimento na Polícia Civil, setor responsável pela investigação. “Os maiores alvos do roubo são veículos e celulares, pela facilidade que existe em fazer deles dinheiro vivo”, citou. “O setor está sucateado, após anos de abandono do poder público, e o governador eleito (João Doria - PSDB) já reconheceu essa situação.”

O especialista em Segurança pública e privada Jorge Lordello define o latrocínio como o “roubo que deu errado”. Na avaliação do profissional, algumas situações podem explicar o crime, como é o caso da reação ou movimento brusco da vítima, ou a imperícia na manipulação da arma de fogo pelo criminoso. “Existe também o fator droga. Muitas vezes, a pessoa está em estado alterado pelo uso de entorpecentes e acontece o disparo”, pontua. Lordello cita que é preciso que as pessoas tomem mais cuidado na sua rotina para não se expor a riscos desnecessários, como andar na rua mexendo no celular.

A SSP informou, por meio de nota, que as polícias Civil e Militar estão atentas aos casos de latrocínio e “realizam ações constantes e conjuntas” para coibir os crimes na região. O comando do 24º BPM/M (Batalhão de Polícia Militar Metropolitano) de Diadema destacou, em nota, que “diuturnamente são desencadeadas ações de policiamento na cidade, visando coibir práticas delituosas, como ações policiais, abordagens, pinçamento e saturação.” O comunicado frisou que o meio de transporte mais utilizado pelos criminosos são as motocicletas e que, por esse motivo, tem sido intensificada a abordagem desses veículos, totalizando mais de 39 mil averiguações neste ano.

Representante do 6º Batalhão da PM de São Bernardo destacou que desde 2016 houve queda nos latrocínios da área de atuação e que o patrulhamento na região tem sido intensificado com equipes da Força Tática e emprego de policiamento com motos. O coordenador operacional do 40º Batalhão da PM de São Bernardo, capitão Luiz Roberto Moraes, informou que a unidade tem ampliado o combate ao roubo e a análise qualitativa dos dados, o que tem resultado em sucesso no combate aos crimes. “Prendemos em abril o autor de um latrocínio graças a esse trabalho”, declarou. 




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