Assessor de relações parlamentares e políticas públicas no gabinete do vereador Pastor Zezinho Soares (PSDB) em São Bernardo, Adenilson de Oliveira Costa foi flagrado fazendo compras com carro oficial da Câmara, segundo denúncia feita por Roberto Batista da Costa, o Beto da Seringueira (sem partido).

O pedido de investigação foi registrado no Ministério Público pelo candidato a vereador pelo PMDB em 2016. Na ocasião ele obteve 504 votos e não foi eleito.

De acordo com Beto da Seringueira, por volta das 14h de segunda-feira, na unidade da Coop, localizada na Rua dos Vianas, no Baeta Neves, Adenilson estava efetuando compras e carregava o carro com as mercadorias. Um vídeo e uma foto foram postados nas redes sociais de Beto da Seringueira. “Enquanto muitos pacientes agonizam em suas casas sem ter como se locomover para um hospital, um carro oficial (é visto) fazendo compras em mercado?”, alegou o político.

Procurada pelo Diário, a assessoria de imprensa de Pastor Zezinho informou, por meio de nota, que “tomou conhecimento sobre o ocorrido e já advertiu sua assessoria quanto à utilização do veículo oficial para aquisição de materiais de suporte ao gabinete”.

A assessoria do parlamentar pontuou também que o caso ainda está sendo apurado internamente.

Em episódios semelhantes, políticos foram enquadrados por improbidade administrativa. Um dos casos foi o da ex-vereadora de São Paulo Maeli Vergniano, que utilizava para fins particulares um veículo pago pela prefeitura paulistana para serviços de varrição de ruas. O episódio aconteceu quando o prefeito era Celso Pitta (morto em 2009).

PUNIÇÃO

O presidente da Câmara, o vereador Pery Cartola (PSDB), afirmou que não foi notificado sobre a denúncia, mas ponderou que o Legislativo faz orientações por meio de quatro projetos de resolução aprovados no começo do ano.

“A presidência deixa claro as definições sobre o uso do carro, os horários e controles internos para que isso não ocorra, como comunicação por escrito, por exemplo”, destacou o tucano.

De acordo com Pery, “a má utilização tem medidas administrativas, como a suspensão do uso de carros por alguns dias”, exemplificou.