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Metalúrgica encerra operação e demite 90 em São Caetano
Por Do Diário do Grande ABC
28/10/2004 | 09:56
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A metalúrgica Ferrame, de São Caetano, encerrou suas atividades na última semana. A empresa, que possui na região em torno de 90 funcionários, é produtora de cantoneiras e outros itens de aço com utilização na construção civil. A Ferrame, que tem mais de 300 funcionários, possui outras filiais em São José do Rio Preto e Piracicaba, que também tiveram suas operações encerradas.

Os trabalhadores foram informados de que a operação na fábrica da região não teria continuidade e haveria as demissões na última quarta-feira. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, os funcionários foram orientados a procurar os direitos na Justiça. O sindicato informou que daria assistência jurídica aos demitidos.

Negociação - Um ex-funcionário da Ferrame que não quis se identificar afirmou que teria havido uma suposta negociação entre o grupo Pires do Rio, que em seu site oficial inclui a metalúrgica como pertencente ao grupo, e outra companhia do mesmo ramo da produtora de cantoneiras para que houvesse o encerramento da operação. A Pires do Rio foi procurada por vários dias para comentar sobre o fim das operações, mas informou que não iria se manifestar a respeito.

O presidente do sindicato, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, afirmou que a empresa alegou dificuldades para absorver a alta de custos, em função de elevações da matéria-prima. A metalúrgica tinha uma produção estimada em 7 mil toneladas de aço acabado por mês.

Desindustrialização - O fechamento da Ferrame pode ser visto como mais um capítulo no processo de desindustrialização no Grande ABC. De acordo com dados do IEME (Instituto de Estudos Metropolitanos), de 1982 a 2003, a repartição do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) - índice de participação na distribuição do imposto pelos municípios do Estado de São Paulo - caiu na região ao longo dos 21 anos.

O destaque negativo ficou com Santo André, que contava com 3,1540% de participação na distribuição do imposto em 1982, e em 2003 o índice passou a 1,4835%, o que representa uma perda de 52,9% de ICMS no período. Já São Caetano teve uma perda de 44,4% do tributo. São Bernardo também teve rebaixamento: queda de 37,1% no índice de repartição, e, na seqüência, Ribeirão Pires registrou redução de 29,2%; Diadema, 13,8%; Mauá, 10%; e Rio Grande da Serra, 10,1%.




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