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Guarda do ‘caso Flávia’ se apresenta
Rogério Gatti
Do Diário do Grande ABC
31/05/2007 | 07:05
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No início da noite de quarta-feira, o guarda metropolitano de São Paulo envolvido na troca de tiros que culminou na morte cerebral da auxiliar de Recursos Humanos Flávia Silveira, 25 anos, se apresentou na Delegacia de Homicídios de São Bernardo para prestar depoimento. A suposta arma usada por ele na noite da morte de Flávia também foi entregue – um revólver calibre 38 com quatro cápsulas deflagradas. O nome do guarda não foi divulgado pela polícia.

Segundo a reportagem apurou, em sua versão, o guarda declarou que esteve no último sábado à noite na Rua Maria Adelaide Quelhas, na favela do DER, em São Bernardo, para encontrar uma garota. Como ela estava demorando, ele resolveu telefonar. Seu celular estava sem bateria e, por isso, ele se dirigiu com sua moto até um orelhão próximo. Nesse momento, foi abordado por dois homens e acabou se atracando com um deles. De posse de sua arma particular, o guarda atirou contra os dois desconhecidos, que teriam revidado, também atirando. Ele, então, teria fugido da favela e ligado para a polícia.

Quando policiais militares chegaram ao local, o guarda entrou no carro da polícia e levou os soldados até onde estava sua moto, próximo de onde estava caída Flávia, atingida na cabeça por uma das balas. O guarda, então, saiu do carro da polícia, pegou a moto e deixou o local.

Essa versão será investigada pela Polícia Civil, que não revelou quarta-feira mais informações. Ainda segundo apurou o Diário, outras pessoas seriam ouvidas na noite de quarta-feira. O guarda seria liberado após os esclarecimentos. A PM, por sua vez, continua investigando a conduta dos policiais que atenderam a ocorrência, tendo em vista a denúncia de que o guarda teria sido liberado do local pelos soldados. Segundo o tenente-coronel José Quesada Farina, responsável pelo 6º Batalhão da PM em São Bernardo, o inquérito da PM sobre o caso deve ser concluído nos próximos dias.

Flavia estava grávida havia quatro meses e meio. Sofreu quadro irreversível de morte cerebral no domingo. Os médicos do Hospital Mário Covas, em Santo André, mantiveram a mulher viva com a ajuda de aparelhos para tentar prolongar a gravidez por mais 10 semanas e salvar o bebê. Na manhã de terça-feira, no entanto, o bebê não resistiu, e houve um aborto natural.

Doação - Na tarde de quarta-feira, a família de Flávia estava relutante com relação à doação dos órgãos. A OPO (Organização à Procura de Órgãos), que já fez contato, ficou de conversar novamente com a família. O corpo da mulher continua ligado a aparelhos. Quanto mais tempo permanecer nesse estado, menor a chance de aproveitamento dos órgãos.

Por opção da família, as máquinas continuarão ligadas até que o coração de Flávia pare de bater. Os médicos já afirmaram na terça-feira que não há previsão de quanto tempo Flávia conseguirá permanecer nesse estado.




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