A Câmara de São Caetano conseguiu derrubar, por unanimidade, decisão do presidente da Casa, Paulo Bottura (PTB), de suspender a votação que rejeitou as contas do ex-prefeito e pré-candidato ao Paço José Auricchio Júnior (PSDB) e o deixou inelegível. Idealizado há duas semanas, requerimento invalidando o ato do petebista foi avalizado na sessão de ontem, com votos até de oposicionistas aliados do tucano.

O documento torna ineficaz a certidão emitida por Bottura no dia 28 de março, em favor de Auricchio. O ofício assinado pelo dirigente da Casa foi emitido em solicitação do ex-prefeito, que obteve na Justiça o direito de ter os gastos de sua gestão referentes ao ano de 2012 – já rejeitados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) – novamente apreciados pela Corte.

A polêmica se deu pelo fato de os parlamentares aliados de Auricchio não terem tentado barrar o requerimento dos governistas. Alguns oposicionistas alegaram que havia garantias por parte de Bottura de que o documento não seria votado e que foi apreciado às pressas, sem que a oposição percebesse.

Apesar da derrota, o oposicionista Edison Parra (PSB) acredita que o requerimento tem efeito “nulo”. “Na prática, o efeito é zero. O ato (de Bottura) é administrativo e de competência do presidente (da Câmara). (A aprovação do requerimento) Não mudou nada”, opinou, ao acrescentar que não votou contrário à medida porque, na hora, coletava assinaturas para abertura de CPI de desabastecimento de remédios.