Postulante derrotada à Presidência da República pelo Psol, Luciana Genro oficializou ontem que o seu posicionamento e da legenda neste segundo turno será de contrariedade à candidatura tucana, encabeçada pelo senador Aécio Neves. A adversária do nome do PSDB é a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), que busca a reeleição.

Em entrevista coletiva na Capital, acompanhada pelo seu candidato a vice, Jorge Paz, e pelo presidente nacional da sigla, Luiz Araújo, Luciana garantiu “que não irá apoiar nenhuma das candidaturas, assim como o Psol”, ressaltando que a única restrição aconselhada à sua militância refere-se à chapa tucana. “Entendemos que o Aécio e o seu partido são os representantes mais diretos dos interesses da classe dominante e do imperialismo na América Latina. O jeito tucano de governar, baseado na defesa das elites econômicas e nas privatizações, com a corrupção daí decorrente, significa verdadeiro retrocesso”, considerou a socialista, garantindo que o consenso na legenda é para o voto em “branco, nulo ou em Dilma”.

Segundo a ex-presidenciável, a negativa explícita a Aécio, no entanto, não deve ser entendida como tendência de voto ao petismo. “O PT hoje simboliza continuismo conservador, que não mais tem coragem de defender as bandeiras que acredita. Talvez por isso tenha perdido tanto nesta eleição. Contudo, se um militante assim entender que a melhor opção seja a Dilma, será de maneira independente”, garantiu Luciana, reforçando que aliança à coligação petista “está fora de questão”.

AVALIAÇÃO
Os pouco mais de 1,6 milhão de votos conquistados – quarto lugar na corrida presidencial – foram comemorados por Luciana. “Muitos aderiram ao nosso plano ao longo do processo, mesmo com todas as desigualdades que tínhamos em comparação às demais candidaturas.”

Para o futuro, a ex-candidata salientou que o trabalho será para aumentar sua representatividade, não descartando ser novamente a candidata à Presidência. “Se o partido assim entender, aceitarei com honra”, finalizou.