Uma das mais gratas surpresas da viagem foi o caminho que levou à Laguna Lejía (Lagoa Lejía), a 4.500 metros de altitude. O ponto alto é a possibilidade de se observar a natureza selvagem, livre e tão cheia de vida, e sem interferir nela. A estrada tem belas paisagens, e por ser um destino pouco explorado, foi onde mais pude ver bichos: rebanhos de vicunhas, lhamas e alpacas. Nunca tinha observado tanta diversidade de cores de lhamas, que se comportavam como se fossem cachorros, correndo e rolando na estrada de terra.

Ao chegar na lagoa, devido à altura, o vento e o frio de 3°C são fortes, mas a emoção também, pois o local é ladeado de vulcões, inclusive um dos ainda ativos, o Lascar. É possível ver, ao longe, do alto de seus 5.592 metros, sua fumaça – a última vez em que entrou em atividade foi em 2015. Ele é sempre monitorado, por isso não há risco aos turistas. Na água, três espécies distintas de flamingos se refugiam e fazem revoadas conforme nos aproximamos. Não há ninguém por ali, e o silêncio é soberano, o que merece todo o nosso respeito.