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Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

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Deserto do Atacama
Montanhas encantadas do Vale do Arco-Íris
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
14/02/2019 | 07:30
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Ainda no primeiro dia desbravando o Deserto do Atacama, após almoçarmos no econômico La Pica’da Del Indio, no Centro de San Pedro (menu com entrada, bebida, prato principal e sobremesa saiu por 8.000 pesos, ou R$ 44), tomamos a estrada de novo sentido Rio Grande.

O caminho cênico que leva até lá emociona. “Como pode a natureza ser responsável por paisagens que nos deixam assim, encantados e sem palavras?”, penso. O percurso até o Valle del Arcoiris y Petróglifos Yerbas Buenas (Vale do Arco-Íris e Petroglifos de Yerbas Buenas) – 3.000 pesos, ou R$ 16), a 3.200 metros de altitude, nos presenteia com vegetação típica do deserto verde e amarela (paja ichu e paja brava), que harmoniza com os tons de marrom e diversas pedras dispostas pela via, entre algumas empilhadas em forma de triângulo. Conforme crença local, trata-se de uma maneira de melhor se conectar com o céu. Ao fundo, lá está ele, mais uma vez, o Licancabur. Para chegar no local, é preciso veículo 4 x 4, pois há estrada de terra.

O passeio, que foge dos roteiros tradicionais, nos apresenta petroglifos, gravuras milenares nas rochas usadas como forma de comunicação dos povos andinos. A lhama é figura recorrente, pois elas eram fundamentais para carregar mercadorias no comércio transcordilheirano – os povos andinos do Chile, da Argentina e da Bolívia trocavam alimentos por meio desses animais, assim como burros. Eles, inclusive, têm uma bandeira bem colorida, chamada whipala, que representa cultura indígena que vai além das fronteiras desses, entre outros países latinos.

Na sequência, vamos a uma região que os olhos custam a crer: montanhas e falésias coloridas, com faixas verdes, brancas, marrons e em tons avermelhados e amarelados, que, com o céu azul, formam o arco-íris. É realmente lindo e impressionante o que a interferência dos minerais causou à paisagem jurássica que se formou a partir de ação vulcânica e da erosão ao longo dos anos. Vale a pena percorrer um pedaço do local a pé, ainda que vente bastante, apenas para contemplar o cenário único.

Dali corremos para pegar o pôr do sol – no verão, anoitece perto das 21h – no Valle de La Muerte (Vale da Morte) – 2.000 pesos, ou R$ 11), chamado assim, conforme lendas locais, por dois motivos: os animais, cansados de fazer a travessia na cordilheira, muitas vezes morriam de exaustão; e o padre belga Gustavo Le Paige, um dos primeiros a estudar a região e sua cultura, quando ali chegou confundia marte (pelo aspecto físico) com muerte (morte em espanhol).  




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