Cíntia Bortotto Titulo
A competitividade e a cooperação

Concorrência no mercado de trabalho pode ser sutil ou agressiva

Por Cíntia Bortotto
07/02/2011 | 00:00
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O mercado de trabalho sempre contou com certa competitividade. É notório que ela aparece mais fortemente em determinados setores, hierarquias e, quando a economia não está tão aquecida, também pode ser observada nos processos seletivos que são disputadíssimos.

Esta concorrência aparece claramente quando se disputa um cargo ou uma vaga de diversas formas. Ela pode ser sutil, quando coloca frente a frente a capacitação, a especialização e a utilização da intelectualidade dos candidatos, ou mais agressiva, quando são realizadas as dinâmicas de grupo e até discussões mais acirradas em reuniões. A competitividade se mantém como uma dinâmica inerente a grupos sociais.

Com o aquecimento da economia, percebe-se um movimento no sentido da cooperação. As pessoas compreendem que sozinhas não dão conta de toda a demanda. Assim, parcerias são formadas e ocorre maior delegação para que se possa aproveitar melhor as oportunidades do mercado interno e externo (considerando que o Brasil se desponta como economia que merece investimento estrangeiro nos próximos anos). A competitividade dá lugar nestes momentos à cooperação.

VOCÊ É COMPETITIVO? - É positivo ser uma pessoa competitiva, pois a competição leva à vontade de fazer mais e melhor e superar limites. Isso nos leva além e descobrimos resultados de que nós mesmos não nos julgaríamos capazes. Assim, ela é muito bem-vinda quando serve de estímulo, para sempre fazer algo melhor, com mais qualidade e/ou com maior velocidade.

Por exemplo, se tenho em minha equipe alguém muito criativo, posso estimular os outros membros do grupo com a criatividade daquele. Possivelmente, alguns membros não serão tão criativos e terão outras qualidades, mas quando estimulo, tento fazer com que aquele subordinado busque dentro de si, por meio dos exemplos do outro, algo melhor.

POR OUTRO LADO... - Mas cuidado! Como tudo na vida, competitividade em excesso pode gerar ansiedade e, consequentemente, transtornos de humor, insônia, problemas gástricos, dificuldades de relacionamento, entre outras.

O fato de ser competitivo de forma acirrada provavelmente lhe trará consequências. Uma delas é que as pessoas acharão que você sempre quer ganhar ou ser melhor e que tem dificuldade em reconhecer quando outras pessoas têm qualidades mais desenvolvidas que você, ou mais sabedoria.

Quando isso ocorre, os outros passam a lhe ver como alguém arrogante, que acha que sabe de tudo. Isso pode atrapalhar a convivência e a vontade de estar perto de você, como membro do grupo. Os processos de identificação, aproximação e distanciamento, naturais nos grupos sociais, preveem que, pelo menos um pouco, você possa doar e um pouco possa receber dos outros. Se você já está cheio de si, não há nada que o outro possa lhe oferecer, então ele simplesmente vai embora, se afasta.

ATENÇÃO, LÍDERES! - O gestor pode incentivar a competição, mas mantendo o respeito e os laços de afeto que estão presentes nas relações humanas. Você só deve estimular a competitividade entre seus subordinados se for de maneira produtiva, para desenvolvê-los, criar um contexto de melhoria contínua na equipe e entrega de altos resultados. Eles devem sentir que seu principal objetivo é cuidar das pessoas, da equipe e do resultado, respeitando as diferenças e motivando as pessoas a irem além.

Se alguém for competitivo demais, a melhor forma de lidar com isso é dando feedback e mostrando-lhe quando esta competitividade é positiva e quando não é. O importante é comunicar ao outro o quê o comportamento dele causa em você e no grupo, de forma oportuna e com exemplos claros.

Se a pessoa competitiva perceber que sua competitividade pode ser positiva para o grupo e não nociva, provavelmente contribuirá na busca de resultados excelentes mantendo boas relações interpessoais.

ENCONTRANDO UM MEIO TERMO - O ideal é conseguir dosar a competição e a cooperação, agindo de forma equilibrada e estimulando este balanço entre seus funcionários. É importante perceber que você pode propor a você mesmo algo para se superar, inclusive olhando o que o outro faz de melhor como um estímulo, conseguindo colaborar com o sucesso do outro sem se sentir melindrado por isso.

Se você é competitivo ou mais cooperativo, observe seu comportamento. Experimente outras formas de atuar até mesmo para se desafiar, mas lembre, tanto resultado como boa qualidade nas relações mantêm sua estada na empresa de forma saudável e sustentável. Não deixe a competitividade atrapalhá-lo neste processo. Siga confiante e boa sorte!




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