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Xiitas exigem libertação de mulá supostamente preso pelos EUA
Da AFP
21/04/2003 | 15:03
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Milhares de xiitas manifestaram-se nesta segunda-feira, em Bagdá, pedindo a libertação de uma autoridade religiosa, o xeque Mohamed Fartusi, que teria sido detido pelos soldados americanos.

O exército americano, no entanto, não confirma essa prisão, que ameaça aumentar ainda mais a tensão com os xiitas - comunidade majoritária no Iraque, oprimida durante anos pelo regime de Saddam Hussein.

O tenente Justin Morseth disse que até agora não podia confirmar a detenção. "Não temos nenhuma razão para deter uma autoridade religiosa xiita. Pode provocar protestos e atos de violência e acho que deve ser um mal-entendido", acrescentou.

A multidão, que um soldado americano estimou em cinco mil pessoas, passou várias vezes em frente ao Hotel Palestina, onde se aloja a imprensa internacional e onde os americanos instalaram seu quartel-general em Bagdá.

Um comunicado distribuído à imprensa e assinado pelas "massas populares do governo de Bagdá" denunciou violentamente a detenção do xeque Fartusi, como também dos xeques Abdel Rahman Shuili e Abdel Rahman Fetlaui.

O texto afirma que essas prisões "lembram os métodos do tirano Saddam Hussein e de seu bando" e adverte sobre suas "graves conseqüências".

O xeque Fartusi, oriundo de Najaf, sede da assembléia dos ulemás xiitas do Iraque, encabeçou em 18 de abril a primeira oração xiita da sexta-feira em Sader City (ex-Saddam City), subúrbio xiita e popular do norte de Bagdá, desde que o governo a proibiu há quatro anos.

Nesta segunda-feira, teve início uma peregrinação rumo a Kerbala. Centenas de milhares de pessoas saíram para a cidade santa iraquiana a fim de comemorar o martírio de Hussein, terceiro imã do xiismo e neto do profeta Maomé, que morreu em 680 e foi enterrado em Kerbala.




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