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Curta homenageia artistas e técnicos da companhia cinematográfica de São Bernardo

"Este curta faz parte de um longa que chama Sete Cidades e Uma Vila Inglesa" explica o cineasta Diaulas Ullysses

Miriam Gimenes
06/05/2019 | 07:35
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Solange Domingues/ Divulgação


A Companhia Cinematográfica Vera Cruz, em São Bernardo, durou pouco, mas fez muito. Durante os cinco anos que esteve em atividade – de 1949 a 1954 –, produziu mais de 40 longas, um deles que ganhou fama internacional: O Cangaceiro (1953), distribuído em mais de 80 países e conquistou o prêmio de melhor filme de aventura e de melhor trilha sonora no Festival Internacional de Cannes, na França.

Mas muito do que se sabe sobre a companhia são desses fatos notáveis, como o descrito acima, e das grandes estrelas, como Tônia Carrero e Amácio Mazzaropi. E foi a fim de lembrar também a equipe técnica e quem estava por detrás das câmeras que o cineasta Diaulas Ullysses teve a ideia, há alguns anos, de fazer um curta que homenageasse essas pessoas.

Tanto que começou, há pouco mais de duas semanas, a gravar As Maiores Atrizes dos Estúdios Vera Cruz, estrelado por Ana Maria Medici e Hilda Breda. “Este curta faz parte de um longa que chama Sete Cidades e Uma Vila Inglesa, que deve ser lançado no fim do ano”, explica Ullysses.

A ideia surgiu, revela o cineasta, após convite feito pelo cineasta Diomédio Piskator, que por ter apreço pela região resolveu desenvolver projeto composto por oito episódios, com duração de 15 minutos cada, que serão locados nos sete municípios que compõem a região, além da Vila de Paranapiacaba.

No caso do de São Bernardo, já em processo de finalização, Diaulas – que contou com o apoio da Prefeitura de São Bernardo e também teve na equipe estagiários do CAV (Centro de Audiovisual de São Bernardo) – diz que sempre teve vontade de trabalhar com as duas atrizes e de lembrar os tempos áureos da Vera Cruz. Tanto que a história mostra o saudosismo das duas, que no passado trabalharam como figurantes nas produções da companhia, e seus conflitos nessa caminhada em que, juntas, descobrem o verdadeiro valor do ofício de ser artista. Além disso, elas revivem dias glamurosos do cinema nacional. “Desenvolvi enredo que faz uma homenagem ao cinema e essas pessoas que lá passaram e não têm voz, mas que foram muito importantes para construir toda essa trajetória”, analisa.

Ana Medici, que tem 51 anos de carreira, diz ter ficado lisonjeada ao ser convidada para a personagem, que ainda não ganhou nome. “Esse enfoque de justamente olhar para esses artistas que trabalharam como coadjuvantes não só atuando, mas também na parte cenográfica, de figuração, por trás das câmeras, é sensacional, muito emocionante. Porque o cinema é, de fato, um trabalho de conjunto, não é só dos protagonistas.”

Por morar em São Bernardo e por gostar de Diadema, Diaulas ficou responsável pelos curtas das duas cidades. “O de Diadema, que vamos começar a gravar agora, chama A Morte do Ator de Cinema, que traz a ideia que o ator e a atriz vão perder o trabalho daqui uns 20 anos por conta dos artifícios tecnológicos usados no cinema, está tudo mudando”, adianta.

Os demais episódios serão o Visitações, de Ribeirão Pires (Diomédio Piskator), Olhos da Rua, de São Caetano (Ruy Jobim Neto), Vistas, de Santo André (Mário Dalcendio), O Retrato de um Lambe-lambe, de Mauá (Tony Ciambra), Janela, de Rio Grande da Serra (Guilherme Motta) e Trilhos do Tempo, de Paranapiacaba (Diomédio Piskator).  




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