Setecidades Titulo Modal coleciona problemas
BRT de Cuiabá causa prejuízo de R$ 381 mil aos cofres públicos

Modal pensado pelo governo do Mato Grosso, que sequer saiu do papel, é cogitado para a região

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
27/03/2019 | 07:00
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Chico Ferreira/A Gazeta


 Abandonado antes mesmo do início de suas obras, o projeto do BRT (sigla em inglês para sistema de transporte rápido por ônibus) de Cuiabá, no Mato Grosso, na região Centro-Oeste do País, acumula prejuízo de R$ 381 mil aos cofres públicos do Estado passados dez anos desde o anúncio da construção do corredor.

Mesmo com histórico de problemas no País e posicionamento contrário de especialistas e entidades da sociedade civil, o BRT tem sido apontado pela atual gestão estadual de São Paulo como possível modal a ser utilizado na futura ligação entre municípios do Grande ABC até a Capital, em substituição à Linha 18-Bronze que, atualmente, enfrenta dificuldades orçamentárias. Em visita à região no início do mês, o governador João Doria (PSDB) prometeu divulgar a decisão sobre o tema em até 90 dias.

No exemplo de Cuiabá, o montante pago à empresa Esteio Engenharia e Aerolevantamentos S/A refere-se ao gasto empenhado pelo governo estadual para formulação do estudo técnico sobre a viabilidade do BRT, que faria a ligação entre Cuiabá até Várzea Grande, as duas maiores cidades de Mato Grosso, mas que nunca transportou passageiros.

Pensado para atender turistas durante a realização da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, o projeto seria o maior legado da competição internacional para o Estado, no entanto, após ser descartado por governantes, em 2011, devido sua baixa eficácia, tornou-se mais um modelo de sucateamento do modal.

Engavetado há oito anos pela Secopa (Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo), o modal chegou a ser substituído pelo VLT (Veículo Leve sobre Trilho), obra avaliada em R$ 1,477 bilhão – que se transformou em um imbróglio para a gestão estadual. O projeto é alvo do MP (Ministério Público) devido suspeitas de superfaturamento.

Com canteiros de obras inacabados em avenidas que ligam Cuiabá a Várzea Grande, a obra tem causado série de transtornos a moradores locais, que agora contam com sistema viário estrangulado em decorrências de vias fechadas.

Por meio de nota, o governo de Mato Grosso informou que busca “uma solução para a retomada das obras” que englobe viabilidades técnica, operacional e tarifária.

Na última semana, o Diário mostrou que o BRT do Rio de Janeiro também apresenta série de problemas estruturais, desde atrasos na operação até a presença de buracos em vias da cidade.

 




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