Diarinho Titulo Tira-dúvidas
Qual a diferença entre cavalo, jumento e burro?

Questões genéticas fazem parte do debate sobre o trio

Por Luís Felipe Soares
17/03/2019 | 07:10
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Divulgação


O cavalo (Equus ferus caballus), o jumento (Equus africanus asinus) e o burro (Equus asinus x Equus cabalus) podem até contar com semelhanças em suas aparências, mas são de espécies distintas. Eles possuem certo grau de parentesco no mundo animal, além de terem em comum o fato de serem vertebrados (possuem cabeça e crânio ao redor do chamado encéfalo, este último sendo o centro do sistema nervoso), mamíferos (se alimentam do leite materno para crescer na infância) e herbívoros (comem material vegetal na vida adulta).

A curiosidade em torno do trio traz à tona informações sobre genética, ciência que estuda transmissão de características hereditárias por gerações de filhos e/ou filhotes. Segundo o cientista e biólogo alemão Ernst Mayr (1904-2005), as “espécies são agrupamento de populações naturais que são capazes de reproduzir-se naturalmente, produzindo descendentes férteis e são reprodutivamente isoladas de outros grupos”. Cada ser possui informações em seu DNA que são relativos a questões como cor dos olhos e formato do rosto, por exemplo, tudo de acordo com os cromossomos, este sempre existentes em pares e sua quantidade varia de acordo com a espécie.

Os cavalos contabilizam total de 64 cromossomos (32 pares) em seu DNA, com os jumentos tendo 62 (31 pares). O ideal é que animais da mesma espécie se relacionem entre si para a procriação. Claro que existem exceções, que é o caso dos filhotes do cruzamento do jumento com a égua, chamados de burro, o macho, e mula, a fêmea. Já o encontro entre o cavalo e a jumenta resulta no bardoto (nome dado para qualquer sexo). Essas crias somam 63 cromossomos em sua informação genética, sendo que números ímpares no DNA geram alterações nos processos de divisão celular, dificultando possibilidade de reprodução desses animais estéreis.

Detalhe que esse tipo de acasalamento acaba por gerar animais híbridos com representantes exóticos, casos do zebralo (cavalo e zebra) e ligre (leão e tigresa).

Consultoria de Vitor Carvalho Rebello, biólogo e professor de ciências do ensino fundamental do CEU São Rafael, em São Paulo. 




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