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Células-tronco trazem melhora a pacientes com doença pulmonar grave

Trabalho foi desenvolvido na FMABC com 20 pacientes por 12 meses

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
08/09/2018 | 07:00
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Arquivo pessoal


A disciplina de Pneumologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) desenvolveu nova abordagem terapêutica com pacientes diagnosticados com doença pulmonar obstrutiva crônica. A terapia, feita com infusão de células-tronco, trouxe melhoras expressivas da condição respiratória de 20 pacientes no período de 12 meses após a aplicação . Os resultados parciais da pesquisa foram publicados no ano passado. O trabalho, apresentado no Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia em agosto, em Goiânia, foi eleito um dos dez melhores e levou o prêmio ‘Top 10’ do evento.

Os pacientes recrutados para o estudo – que começou em 2016 – têm idade entre 50 e 70 anos, diagnóstico de enfisema pulmonar, bronquite crônica em estágios avançados e apresentam sintomas como cansaço extremo, falta de ar e sedentarismo. Os benefícios da terapia foram constatados em exame que avalia alterações na passagem do ar ou na circulação de sangue aos pulmões, e no teste completo de função pulmonar, chamado de pletismografia. Os exames foram feitos antes da infusão de células-tronco e repetidos um ano depois. O tratamento foi considerado seguro em todos os pacientes e não houve registro de efeitos colaterais.

“Observamos que os pacientes que fizeram tratamento com células-tronco apresentaram melhora da função pulmonar em diversas variáveis, o que sugere que a terapia pode melhorar a capacidade respiratória. Os resultados indicam que novos estudos nesta área – com maior número de pessoas – são necessários para a comprovação dos achados. Mas, seguramente é um tratamento inovador que pode contribuir para o aumento da sobrevida e qualidade de vida desses pacientes”, disse a fisioterapeuta e coordenadora do Setor de Reabilitação Pulmonar da FMABC, Selma Denis Squassoni.

A aposentada Maria Luisa Oliveira, 66 anos, que tem enfisema pulmonar, participou do estudo e relatou melhora consistente nos sintomas. “Logo após a aplicação, nos primeiros 15 dias, já senti a diferença. As pessoas do meu convívio também notaram que eu falava ao telefone sem estar ofegante, por exemplo”, relatou. Maria Luisa destacou que a maior diferença foi sentida no banho. “Para quem não tem doença respiratória, tomar banho é só um prazer, mas essas pessoas não imaginam o esforço que é para quem tem alguma dificuldade. Foi onde senti o maior impacto, porque terminava cansada e agora não fico mais assim”, concluiu. 




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