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Endividada, Mauá planeja investir
Por Fabrício Calado Moreira
Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
17/11/2005 | 08:17
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Enquanto a Prefeitura de Mauá sonha investir R$ 112,8 milhões para beneficiar mais de 17 mil famílias na área de Habitação a partir de 2006, o prefeito interino, Diniz Lopes (PL), sofre para descobrir como pagar as dívidas do município, que, somente com o Tesouro Nacional, atingem R$ 350 milhões.

Além desse valor, a Prefeitura de Mauá deve cerca de R$ 300 milhões em precatórios, dívida que já resultou em seqüestros de R$ 12,5 milhões da receita do município só este ano. Os confiscos levaram a administração a anunciar a suspensão do pagamento a fornecedores no mês passado e a temer não ter dinheiro para pagar parte do 13º salário dos servidores públicos, segundo chegaram a admitir o prefeito e o secretário de Finanças, Adalberto Coppini Filho.

Mesmo com os atuais números negativos, parte dos vereadores não culpa o prefeito Diniz Lopes (que tem maioria na Câmara) pela atual situação financeira do município, mas admitem que a situação é ruim. Para o vereador Átila Jacomussi (PSB), Diniz tem conseguido reverter o quadro deixado pela administração anterior. "Isso não tem nada a ver com o governo atual, que está tentando trabalhar. As dívidas foram adquiridas em gestões anteriores e Mauá está perdendo muito com isso", diz. Luiz Alfredo dos Santos Simão (PTB) concorda com Jacomussi.

Já a vereadora Cássia Rubinelli (PT) atribui responsabilidade ao prefeito. "Ele (Diniz) está jogando a culpa na administração anterior, o que não é verdade. Ele poderia administrar melhor. E como não foi um governo eleito pelo povo, ele não tinha projeto para essa questão da dívida", avalia.

Dificuldade – Apesar da situação difícil, a Prefeitura elegeu Habitação como prioridade do PPA (Plano Plurianual) – que prevê os investimentos da administração municipal para os próximos quatro anos. Na distribuição dos recursos para o setor no PPA 2006-2009, aprovado na semana passada pela Câmara de Mauá, a previsão é de R$ 112,8 milhões em investimentos na área, sendo a maior parte obtida por meio de recursos de programas dos governos estadual e federal.

Segundo o assistente técnico da Secretaria de Planejamento e um dos coordenadores do PPA, Harry Horst Walendy Filho, cerca de 20% a 30% desse total virá de recursos da Prefeitura. O cálculo foi feito com base na previsão de captação de verba deste ano. "Como esperamos R$ 25 milhões em recursos estaduais e federais para 2005, calculamos R$ 25 milhões para cada ano."

Para o secretário de Habitação de Mauá, Altivo Ovando Jr., a administração anterior não tinha preocupação em captar investimentos externos. "Acho que é de cabeça política mover a Prefeitura com recursos próprios. Nós revertemos as prioridades", afirma Ovando, que também ocupou a pasta na gestão de Dias.




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