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Mini-hortas transformam hábitos e gostos

Natália Fernandjes
06/01/2013 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Condimentos como manjericão, alecrim, orégano e hortelã passaram a fazer parte do cardápio de 16 famílias do Núcleo dos Ciganos, no bairro Utinga, em Santo André, há cerca de seis meses. A ação faz parte de projeto de estudante de Nutrição da Anhanguera Uniabc, que incentiva a produção de mini-hortas dentro de garrafas PET, além de contribuir para o consumo de alimentos saudáveis, reciclagem e diminuição do lixo úmido nas casas.

A ideia da formanda Beliza Yoko Kasihara, 26 anos, foi mostrar que é possível cultivar horta em casa apesar do pouco espaço e falta de tempo. Outra vantagem é adubar a terra no próprio quintal por meio da compostagem - processo que utiliza cascas de alimentos e folhas secas misturadas à terra. "A comunidade passa a produzir menos lixo úmido e a comer itens diferenciados", destaca. A reciclagem também é incentivada com o uso das garrafas PET, fáceis de serem encontradas na comunidade.

Depois de 30 dias de cultivo, as famílias - 73 pessoas - responderam a questionário. O resultado foi surpreendente para Beliza. Aproximadamente 75% das pessoas consumiram as hortaliças produzidas nas hortas de garrafas. Outra vantagem, segundo a estudante, é a participação de crianças e idosos no projeto.

Além da distração no momento do plantio, há empolgação na hora da refeição. "A criança passa a querer comer aquilo o que ela plantou mesmo achando que não gosta", observa Beliza.

A produção também foi avaliada e considerada satisfatória, tendo em vista que 94% das amostras de manjericão e orégano vingaram. A hortelã apresentou resultado de 81,25% e o alecrim, 25%. "Os condimentos foram os escolhidos porque se desenvolvem melhor e em curto espaço de tempo", diz a estudante.

A simples tarefa já mudou a rotina da faxineira Maria Rosimeire da Silva, 37. Acostumada a comprar condimentos na feira uma vez por semana, hoje ela se depara com mais de uma opção em casa. Além da hortelã usada para fazer o chá do neto de 7 meses, há manjericão em casa. "Tenho de confessar que essas coisas custam caro, então só dava para comprar um tipo de condimento", diz.

No caso da dona de casa Marli Gomes da Silva, 51, o amor pelas plantas ganhou mais um ingrediente. "Sempre gostei de decorar a casa com plantinhas e agora descobri que essas, além de bonitas, são gostosas", comenta. A moradora do Núcleo dos Ciganos conta que raramente usava este tipo de tempero no cardápio diário, mas aprendeu o poder do orégano, do manjericão e da hortelã para incrementar os pratos. "A família está adorando", completa.




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