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Memória na terceira idade - Dr. Leo Kahn

O processo de perda da memória com o aumento da idade ocorre pela adaptação do cérebro à nova condição de vida iniciada na terceira idade

Leo Kahn
22/10/2009 | 00:00
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O processo de perda da memória com o aumento da idade ocorre pela adaptação do cérebro à nova condição de vida iniciada na terceira idade, as células relacionadas às atividades menos utilizadas são desativadas para concentrar em áreas necessárias ao novo modo de vida.
A memória é dividida em três componentes: a imediata, sobre fatos recentes próximos, de horas e poucos dias; a Intermediária, que diz respeito a fatos de semanas e meses; e a remota que se refere a fatos antigos.
O ser humano quando atinge a quinta década de vida passa a ter dificuldade em reter fatos recentes, com prejuízo das memórias imediata e intermediária. Mas a recordação de fatos antigos permanece intacta, o esquecimento de fatos recentes não é considerado uma doença e sim um fato normal para a idade sendo denominado lapso de memória.
Em idades mais avançadas há outro complicador: o acúmulo de perdas de células nervosas. Durante a vida, o nosso cérebro se desfaz diariamente de 50 mil a 100 mil neurônios devido a vários tipos de lesões nessas células, como pancadas na cabeça, por exemplo, e pela ação tóxica de radicais livres.
A presença acumulativa de ferro no tecido cerebral, como resíduo natural de sua atividade, complica mais a situação. O ferro combina-se com a água e forma hidroxila, o mais agressivo dos radicais livres.
Como nascemos com muito mais neurônios do que precisamos, cerca de 12 bilhões, os efeitos dessas perdas diárias só serão sentidos após muitos anos, na velhice.
Com menos células disponíveis, o cérebro tem de fazer escolhas cruciais. Entre elas quais atividades devem continuar e quais serão desativadas. Resultados de pesquisas têm mostrado que a escolha não é feita ao acaso, mas está relacionada ao tipo de vida do indivíduo. Conexões que são usadas com frequência permanecem.

SAIBA MAIS
Uma mente saudável na velhice depende de bons hábitos desde a juventude.
A partir de 25 anos o indivíduo já está perdendo, a cada década de sua vida, 2% de suas células cerebrais.
Para reduzir os efeitos dos radicais livres no organismo, é importante uma alimentação antioxidante, rica em vitaminas C + E, em licopeno e a melatonina, hormônio produzido no sono noturno.
A forma mais frequente de perda de memória é conhecida popularmente como esclerose ou demência e a demência mais comum é a doença de Alzheimer.
Após um traumatismo de crânio pode ocorrer a denominada amnésia lacunar: a pessoa não se recorda do acidente e de fatos que ocorreram imediatamente antes do mesmo.
Quando o indivíduo está estressado, liberam hormônios como o cortisol, que produz energia para ajudar o corpo a lidar com uma situação desafiadora, esses hormônios danificam a memória central.
A falta de vitamina B1 e o alcoolismo levam a perda da memória para fatos recentes. O hipotireoidismo pode ocasionar comprometimento da memória.
O uso de medicação calmante por tempo prolongado diminui a memória e favorece também a depressão, o que leva a uma situação que pode se confundir com a demência.
A contínua atividade intelectual, como a leitura, exercícios de memória, palavras cruzadas e jogo de xadrez auxiliam a manutenção da memória.
Exercícios físicos moderados fazem com que o cérebro receba mais sangue, o que significa que ele adquire mais oxigênio e nutrientes. Ambos auxiliam os neurônios a trabalhar de forma mais eficiente.
Segundo pesquisadores, consumir um pouco de cafeína e chocolate por dia pode ajudar a reter melhor as informações.
Para manter o cérebro funcionando, é preciso comer gordura diariamente. Mas, assim como a cafeína, escolher o tipo certo é fundamental. Estudos mostram que os ácidos do Ômega-3 podem evitar a perda das funções cognitivas.
Segundo alguns pesquisadores, todos os peixes contêm componentes que melhoram o cérebro.
Ao se aposentar, o indivíduo não é mais requisitado a utilizar sua memória recente, conhecida como memória de trabalho, e que se refere a fatos do cotidiano. Sem se submeter à correria do dia a dia, que exige a realização de muitas tarefas, essa função é praticamente descartada pelo cérebro.
Os mais velhos são os arquivos vivos da história e suas lembranças do passado costumam ser mais precisas do que as de adultos que tenham vivenciado os mesmos episódios.
Não há comprovação até o momento da existência de qualquer tipo de medicação capaz de melhorar a memória. As inúmeras medicações existentes no comércio que dizem combater a perda de memória ou ativar o metabolismo cerebral são placebos, sem qualquer ação objetiva sobre a memória e em geral são constituídas por vitaminas.
A especialidade médica que pode ajudar na prevenção e tratamento é a geriatria, ortomolecular e neurologia.




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