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Dólar barato vai ‘frear’ exportação de peças em 2006
Luiz Federico
Do Diário do Grande ABC
30/04/2006 | 09:04
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Apesar do resultado positivo de US$ 340 milhões na balança comercial do setor de autopeças no primeiro trimestre deste ano, o presidente do Sindipeças (Sindicato Nacional dos Fabricantes de Autopeças), Paulo Butori, acredita que as vendas externas das empresas do setor irão diminuir até o fim de 2006 por conta do efeito câmbio. O tamanho dessa retração, por enquanto, ainda não é possível calcular.

Mesmo com a análise pessimista de Butori, o setor não tem motivos para reclamar, mesmo com o real valorizado frente ao dólar. Os resultados previstos para este ano, pelo contrário, podem chegar a US$ 8,2 bilhões, 9,5% mais que em 2005, com superávit de US$ 900 milhões.

Para as empresas do setor, entretanto, o desempenho poderia ser melhor e superar o recorde histórico de mais de US$ 1 bilhão. "Podemos comparar o que ocorre com o nosso setor a um transatlântico que está sendo freado. Ele não pára de repente, mas pára", reflete Butori.

  Para ele, o setor não pode parar de exportar para países em que os produtos brasileiros estão perdendo competitividade em razão dos preços maiores porque isso significaria decretar o próprio desaparecimento nesses mercados. "Mas e os novos negócios?", questiona o presidente do Sindipeças. "Seguramente diminuirão."

No mercado nacional, a situação é inversa, uma vez que as exportações têm ajudado as empresas de autopeças a enfrentar a falta de crescimento do mercado interno. Quase uma década depois, o setor não recuperou os patamares registrados em 1997.

  

Trimestre – As empresas associadas ao Sindipeças faturaram 2,2% mais no primeiro trimestre do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. O consumo de energia elétrica nas fábricas aumentou 4,9% entre janeiro e março, e o número de empregados em março ficou igual ao de fevereiro: 198,6 mil.

As exportações brasileiras de autopeças no primeiro trimestre somaram US$ 1,96 bilhão, valor 17,4% superior ao US$ 1,67 bilhão obtido nos primeiros três meses de 2005.

As importações, por outro lado, caíram 2,7%, passando de US$ 1,67 bilhão para US$ 1,62 bilhão no mesmo período. O principal motivo que levou a essa queda foi a eliminação do redutor de 40% no imposto de importação entre outubro de 2005 e fevereiro deste ano, o que encareceu a entrada de produtos no país e forçou o adiamento de negociações.

Outro fator, explica Butori, foi a antecipação de importações da Argentina no final do ano passado por conta das incertezas na renovação do acordo entre os dois países. De janeiro a março, o saldo comercial das autopeças foi superior a US$ 340 milhões.




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