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Sigla de Temer, PMDB sofre derrotas na região

Partido só elege um vice e perde metade da bancada de vereadores no Grande ABC; líderes projetam reorganização

Por Vitória Rocha
Especial para o Diário
13/11/2016 | 07:00
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Montagem/DGABC


Partido do atual presidente da República, Michel Temer, o PMDB perdeu representatividade no Grande ABC. A sigla conseguiu fazer apenas seis vereadores na região, sendo que ficou sem representantes em Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá. Além disso, a legenda perdeu as prefeituras de São Caetano e Ribeirão Pires e conseguiu só a vice-prefeitura de Mauá, com Alaíde Damo (PMDB). Atualmente, o partido tem três cadeiras em São Caetano, com Suely Nogueira, Sidão da Padaria e Pio Melo; duas em Ribeirão Pires, com José Nelson de Barros e Paulo Cesar Ferreira; e uma em Rio Grande da Serra, pertencente a Maciel da Padaria – antes eram 12 nomes nas Câmaras.

Para o prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), o partido sofreu por ter ficado na base do PT. “O tempo foi curto para se recuperar (depois da ruptura com os petistas). Mas os recursos federais vieram (depois que o Temer assumiu)”, disse. O vereador Zé Nelson ficou surpreso com o número de parlamentares. “Eu acho que, na realidade, o PSDB cresceu e o PMDB está como segundo partido. A gente não sabe como vai ficar a sigla em Ribeirão, mas eu e o PC (Paulo Cesar) pretendemos ficar no partido. É uma legenda forte, uma legenda de futuro”. “Houve alguns problemas no governo federal que refletem no governos municipais. O Temer não tem a popularidade que ele acha que tem”, avaliou Paulo Cesar. Maciel da Padaria, por outro lado, negou que seja um problema da sigla. “A política está desacreditada. Isso é um problema de todos os partidos, não exclusivamente do PMDB. Esses votos brancos e nulos dizem tudo.”

Expoente do partido na região e secretário de Governo em São Caetano, Nilson Bonome minimizou a situação. “O PMDB realmente diminuiu um pouco na região, mas cresceu no âmbito nacional. Abrimos mão de renovar alguns mandatos para tentar alçar voos maiores, como a vereadora Cida Ferreira, em Diadema, que foi candidata a vice (na chapa de Vaguinho do Conselho, do PRB). Tivemos a construção de candidatura própria do Tunico Vieira em São Bernardo, que acabou prejudicando na reeleição do (vereador) Gilberto França. Em Santo André, já estávamos sem vereadores e em São Caetano crescemos. Eleição se ganha e se perde. Entendo que não saímos diminuídos. Nos programamos para alçar voos mais altos e infelizmente fomos derrotados nas urnas. Existe a necessidade de reorganizar o partido no ABC terminando esse período de transição”.

Para a cientista política e pesquisadora do Instituto Opinião Rachel Moreno, o apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB) ao tucanato do Grande ABC, que conseguiu quatro prefeituras, foi um dos fatores principais para o declínio do PMDB na região. “Um segundo ponto é que as pesquisas não têm avaliado bem o governo Temer e pode ser que isso tenha influenciado nesse resultado, além da ação do próprio governador”, afirmou. “Tenho a impressão de que temos divergência interna entre PSDB e PMDB que tende a crescer. O PSDB não quer dividir a carga de projetos com pouco apelo popular encabeçados pelo Temer. Quer se colocar como alternativa a um ajuste mais adequada”, avaliou. 




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