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Tarifa do aluguel tem queda real na região

Custo médio do metro quadrado subiu menos
do que a inflação, segundo pesquisa FipeZap

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
15/07/2016 | 07:27
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Denis Maciel/DGABC


O preço médio do aluguel residencial no Grande ABC teve queda real (descontada a inflação) em junho, segundo pesquisa divulgada ontem e que foi feita pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) em parceria com o portal Zap Imóveis. Entre as razões para a redução estão a diminuição na demanda e o aumento da oferta de imóveis.

O levantamento é feito em 11 cidades brasileiras, entre elas São Bernardo, onde a tarifa média de locação registrou aumento nominal de 0,4% no acumulado de 12 meses até junho. No mesmo período, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial sobre o custo de vida no País, somou elevação de 8,84%. Com isso, o preço do metro quadrado no município, que chegou a R$ 18,95, diminuiu 7,75%.

Apesar de a pesquisa incluir apenas São Bernardo, o empresário Guta Colicchio, proprietário de imobiliária em Santo André, afirma que a situação é a mesma em todas as cidades da região, onde o recuo dos valores cobrados chega a 10%. “Os donos de imóveis estão conscientes da situação econômica do Brasil e, muitas vezes, não aplicam o índice de reajuste ou mesmo optam por baixar o preço, com objetivo de manter o locatário”, explica. O indicador que costuma ser utilizado como indexador para correção das tarifas é o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), que acumulou 12,22% no período de 12 meses até junho.

O economista da Fipe Bruno Oliva explica que, nos últimos anos, até 2014, os preços dos aluguéis tiveram altas consecutivas, motivadas pelo aumento na demanda e pelo crescimento da economia até então. “Depois desse boom, seria natural que esse movimento se desacelerasse em algum momento, e os valores passassem a cair ou a subir menos do que a inflação.”

Porém, segundo Oliva, essa queda ocorreu de maneira mais repentina e intensa do que era esperado. Isso porque a situação atual é completamente oposta do que a de alguns anos: com a queda na atividade econômica, diminui a procura por imóveis. Além disso, acrescenta o economista, há uma elevação na oferta por casas e apartamentos para alugar. “É muito comum que as pessoas definam um preço pelo imóvel à venda e não aceitem ofertas abaixo daquele valor. Porém, com o mercado em baixa, a transação acaba não sendo efetuada por falta de comprador. Então, para não ter que ficar pagando condomínio e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), o proprietário opta por colocar para alugar”, detalha.

Na média das 11 cidades pesquisadas, a queda real em 12 meses foi de 12,93%. A tendência, segundo Oliva, é de que os valores continuem caindo pelos próximos meses.
 




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