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Campos enxerga dedo do PT em ruptura

Cardeal do PTB avalia que candidatura de Bonome em Sto.André tem participação da oposição

Fábio Martins
do Diário do Grande ABC
02/02/2012 | 07:00
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O presidente estadual do PTB, Campos Machado, analisa que a ruptura do secretário de Gabinete de Santo André, Nilson Bonome (PMDB), com o governo petebista de Aidan Ravin após mais de três anos de união deflagra participação do PT municipal, em função da forte ligação entre as duas legendas em âmbito nacional, o que facilitaria as negociações. O pré-candidato petista à Prefeitura, deputado Carlos Grana, recentemente alegou que só haveria negociação após a saída do PMDB da administração.

O diretório estadual do PMDB decidiu lançar candidatura própria na cidade, indicando Bonome por consenso para o páreo em detrimento de apoio à reeleição de Aidan. Segundo Campos, a atitude precipitada do ex-aliado para a eleição antes de que qualquer processo de diálogo estivesse fechado demonstra movimento da oposição na tentativa de enfraquecer a chapa governista. "Acredito que (o rompimento) foi injusto, nenhuma negociação está consolidada. Não creio ser fato isolado, mas sim chance de possível acordo com o PT."

Há duas semanas, o PMDB anunciou que o vice-presidente da República e cardeal do partido, Michel Temer, pretendia desembarcar em Santo André para ouvir de Aidan se existia interesse do Paço em abrir a chapa governista para indicar o vice. Ao saber do ultimato, Campos interveio no caso para estagnar a pressão e defendeu a postura do prefeito em não adiantar o processo, garantindo que "com a faca no pescoço não há parceria". Na ocasião, Bonome disse que "não há o que esperar".

Aidan planeja anunciar o parceiro de chapa só ao fim de março para agregar aliados. Campos argumentou que o racha com o PTB depois de longo período no barco governista significa que o PMDB pode "nadar em águas petistas".

Bonome alega que não há diferença de conduta. Ele reitera que aceitou o desafio de encabeçar o voo solo para seguir a resolução do partido em lançar candidatura em cidades com mais de 200 mil habitantes. "Defendi os interesses do governo até hoje, mas estou cumprindo determinação. Fui pego de surpresa. Não me ofereci para ser o candidato."

 

Aidan apimenta e diz que ex-aliado terá concorrente interno

O prefeito Aidan Ravin colocou pimenta no cenário eleitoral ao adiantar o interesse dos vereadores peemedebistas, José de Araújo e Sargento Juliano, de juntar forças e entrar na disputa para encabeçar a chapa majoritária própria, concorrendo em hipotética prévia interna com Nilson Bonome.

Os parlamentares reuniram-se com o petebista logo depois do anúncio de candidatura própria do PMDB. Segundo o prefeito, Bonome ainda não pode ser considerado nome certo ao Paço, principalmente pela legislação eleitoral, cuja oficialização ocorre em junho, e os ‘adversários' partidários de peso. "Como sabemos, o PMDB tem dois ótimos quadros, que têm força tanto quanto ou até mais para ser o candidato e mostraram-se dispostos. Pelo visto, ele vai ter de passar por prévias."

O posicionamento de Araújo e Juliano, acrescido às palavras de Aidan, escancara o clima turbulento com a exoneração de Bonome para ser postulante dissidente.

Apesar do rompimento, Bonome diz que a relação com o chefe do Executivo não vai sofrer interferência. Segundo ele, o fato de agora ser dissidente do Paço não causa estranheza. "O governo vai dar continuidade aos projetos da gestão Aidan. Nós manteremos o que vem sendo feito de bom e agregar mais coisas ao programa." Em contrapartida, o ex-secretário admite que não tem como "falar mal da administração." "Não tenho como criticar, apenas vou me colocar como nova opção."




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