Cultura & Lazer Titulo Rádios Comunitárias
Sonho que virou realidade

Há 11 anos no ar, Rádio Pérola da Serra, de
Ribeirão Pires, diverte e informa o público local

Por Rodrigo Mozelli
Especial para o Diário
03/11/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Todos têm sonhos. Ganhar na loteria talvez seja o mais comum deles. O de Ademar Bertoldo, 73 anos, porém, era comandar uma rádio. O sonho foi realizado há 11 anos, quando criou, em Ribeirão Pires, a rádio comunitária Pérola da Serra FM, que opera na frequência 87,5 mhz. “Tinha amigos que mandavam notícias para as rádios e jornais da região e, com meus 15, 16 anos, comecei a enviar também. É algo que sempre gostei”, conta ao Diário.

Anos depois, o aposentado observou a proliferação das rádios e, sentindo falta delas em Ribeirão, resolveu entrar no meio. “Trabalhei por um tempo comandando programa esportivo em rádio ilegal com colega de futebol. Quando ela fechou, compramos os equipamentos necessários e montamos uma, onde hoje opera a Pérola. Sabia que íamos fechar, tanto que só duramos cerca de um ano, quando a Polícia Federal veio e recolheu tudo”, conta.

Mas ele não desistiu de ter sua própria rádio. Na década de 1990, Bertoldo resolveu tentar concessão do governo brasileiro para ter emissora comunitária. Para tanto, foi aconselhado a abrir a Associação Cultural Comunitária Serrana. “Todo dia pedia para alguém ver na internet a quantas andava meu protocolo, mas sempre estava ‘tramitando’. Certo dia, minha esposa ligou e me contou que tinha saído uma rádio para Ribeirão. E que ela era a minha”, lembra satisfeito.

A partir daí, foi só ‘mão na massa’. À época trabalhando em outro local, Bertoldo recebeu ajuda de, segundo ele, mais de 50 voluntários, inclusive nos fins de semana para montar a rádio, agora de forma legal. Hoje o local dispõe de estúdio com ar-condicionado e transmissão ao vivo do que acontece por lá via internet. “Só que ainda temos algumas dificuldades. A começar que rádios comunitárias só podem operar a 25 watts, o que cobre pequena parte do Centro da cidade, não chegando em muitos bairros”, lamenta.

Além desta adversidade, o dono da Pérola tem problemas com anunciantes e com os poucos voluntários para cuidar da rádio. “Hoje fico o dia inteiro aqui. Abro às 8h e fecho às 22h. Quero aproveitar para dizer que todos são bem-vindos para fazer programas, nós somos ecléticos. Tenho pedido que paguem para isto, pois precisamos nos manter, só que alguns têm me dado calote”, encerra.




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