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Renovado, PSDB renega o passado em Mauá
Por Mark Ribeiro
do Diário do Grande ABC
18/09/2011 | 07:02
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Em meio a processo de reestruturação para a eleição de 2012, o PSDB de Mauá renega o passado e associa os ex-prefeitos Leonel Damo e José Carlos Grecco, figuras históricas do partido, a adversários que, assim como os tucanos, fazem oposição ao prefeito, Oswaldo Dias (PT). A tese é embasada com o argumento de que a dupla emergiu do apoio de algumas famílias tradicionais que, independentemente dos momentos políticos, não mantiveram fidelidade aos ideais das legendas que defenderam.

Por isso, o tucanato mauaense considera que, atualmente, não possui vínculo com os ex-prefeitos, que deixaram os governos em baixa com o eleitorado. Mas a história mostra que, durante duas décadas, a aliança Damo/Grecco caminhou com o apoio do partido.

Em 1988, José Carlos Grecco foi candidato derrotado a prefeito pelo então recém-criado PSDB. Na corrida seguinte ao Paço, em 1992, o auge da parceria: Grecco, pelo PMDB, venceu nas urnas, tendo Damo, no PSDB, como vice - no primeiro ano de governo, Grecco migrou para o tucanato. Em 1996 e em 2000 Damo concorreu ao Executivo pelo PSDB, mas perdeu, em ambas oportunidades, para Oswaldo Dias. Já no PV, entre 2005 e 2008 Damo exerceu seu segundo mandato de prefeito (o primeiro foi entre 1983 e 1988, pelo PMDB), tendo como vice a tucana Leni Walendy.

Apesar do contexto histórico, o presidente municipal do PSDB, Márcio Canuto, e o vereador Edimar da Reciclagem, pré-candidato a prefeito em 2012, ao pregarem renovação na política de Mauá, rejeitam serem representantes dos ex-prefeitos. Pelo contrário, enquadram o conceito à deputada estadual Vanessa Damo (PMDB - filha de Leonel), aos ex-prefeituráveis Paulo Bio (PV) e Chiquinho do Zaíra (PTdoB), e ao vereador Atila Jacomussi (migrando no PPS), filho de Admir Jacomussi, secretário de Obras na gestão Damo - Bio e Chiquinho também integraram o primeiro escalão do governo passado.

Projetando a eleição do ano que vem, Canuto é incisivo. "Jamais iremos nos aliar com Vanessa, Bio, Chiquinho ou Atila. Todos pertencem ao grupo Damo/Grecco. Não vou fazer política com eles."

A declaração é em virtude da tentativa da deputada em unificar a oposição ao PT ao menos no discurso. "Oposição verdadeira é a que está ao lado do povo, que pega carro de som e vai às ruas mostrar os desmandos do governo. Mas não há nenhum gesto deles neste sentido. Pelo contrário, são coniventes com o PT", prossegue o dirigente.

Assim, o PSDB articula a formação de chapa ao Paço com quem nunca integrou grupos que comandaram a cidade, como o vereador Irmão Ozelito (ingressando no PTB). "Fazer aliança com quem está desgastado te desgasta também", analisa Edimar, que tem o aval do presidente estadual do partido, Pedro Tobias, e do coordenador regional da sigla, William Dib, para tocar o projeto.




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