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Diabetes interna 99 pessoas por mês
Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
14/11/2014 | 07:00
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Registros do DataSUS (banco de dados do Ministério da Saúde) mostram que, de janeiro a setembro, 888 pessoas do Grande ABC foram internadas em decorrência de complicações ocasionadas pela diabetes mellitus, média de quase 99 internações por mês (veja quadro ao lado). A doença do metabolismo da glicose é causada pela falta ou má absorção de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas.

Segundo o endocrinologista do Hospital e Maternidade Doutor Christóvão da Gama e presidente da AdiABC (Associação de Diabetes do ABC), Márcio Krakauer, estima-se que 10% a 12% da população da região seja portadora de alguma alteração da glicose, incluindo diabetes e pré-diabetes. A pessoa é considerada pré-diabética quando os valores da sua glicemia, em jejum, variam entre 100 mg/dl (miligramas por decilitro) e 125 mg/dl e é considerado diabético se alcançar os 126 mg/dl.

Hoje é celebrado o Dia Mundial do Diabetes, que chama a atenção para a prevenção da enfermidade. “A mudança do estilo de vida, perda de peso, melhora da alimentação e prática regular de atividade física podem prevenir o diabetes em até 50% ou mais”, fala o médico. Segundo o especialista, os sintomas não aparecem na maioria das pessoas. “Estima-se que 50% das pessoas não sabem que têm diabetes. Quando há sintomas é porque a glicose já subiu acima de 200 mg/dl, aí, pode dar sede, fome, perda de peso. O paciente vai muito ao banheiro urinar e tem infecções genitais.”

A diabetes tipo 2 é a mais comum, responsável por mais de 90% dos casos da doença. Nela encontra-se a presença de insulina, porém, sua ação é dificultada pela obesidade. Vanda Oliveira Germogeschi, 68 anos, moradora da Vila Augusta, em Mauá, tem diabetes tipo 2 há 25 anos. “ Fiquei arrasada porque gostava tanto de doce, pães, e tive que reeducar a minha alimentação”, conta ela, que confessa, às vezes, sair da linha. “A glicose no sangue já chegou a 500 mg/dl. O médico disse que eu poderia ter ficado cega”, conta ela que, nos últimos dez anos, após perda da produção da insulina, injeta o hormônio diariamente, três vezes ao dia.

Já no tipo 1, o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina e a instalação da doença ocorre mais na infância e adolescência. Lucas Cruz Lima, 18, morador do bairro Feital, no município mauaense, descobriu ter a doença aos 8 anos de idade. “Meu pâncreas não funciona e minha diabetes não é controlada. Já fui parar na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) duas vezes, os médicos chegaram a desacreditar que eu sobreviveria”, fala o jovem, que também faz uso diário de insulina.

Hoje, das 10h às 14h, a AdiABC oferece, gratuitamente, o teste de glicemia para detecção do diabetes na Rua Coronel Oliveira Lima, em Santo André. O resultado sai em apenas cinco segundos.  




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