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Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024

Márcio Bernardes
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Márcio Bernardes
É tetra, é tetra, é tetra
Por Márcio Bernardes
25/07/2019 | 14:38
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 Semanas antes do Mundial começar, já na Califórnia, Parreira falou-me com pragmatismo e seriedade: “vamos ganhar a Copa”. Primeiro desdenhei, mas depois refleti sobre o que ele me disse. Sempre tive o maior respeito por Parreira. Profissional sério e que conhece futebol. Pode ser contestado por divergências de opiniões pontuais. Só isso.

A seleção brasileira deixou o País desacreditada e vaiada pela torcida. As contusões dos dois Ricardo, Rocha e Gomes, titulares, aumentou a dúvida. Mas o técnico tinha um plano que foi muito bem aplicado. E a pequena comissão técnica, - pequena para os padrões de hoje, comprou a ideia.

Moraci Santana foi fundamental. Deixou os jogadores muito bem condicionados fisicamente, especialmente para jogar no escaldante calor da Califórnia.

Relembre que com exceção da estreia contra Camarões, os jogos foram vencidos ou empatados no sufoco. A única exceção foi contra a Holanda que tinha um grande time, mas encontrou pela frente Romário, Bebeto e Branco em um dia inspiradíssimos.

Depois de cada jogo Parreira me encontrava e dizia que tudo estava acontecendo dentro dos seus “otimistas e pragmáticos”planos. Eu continuava cético, mesmo depois do segundo jogo contra a Suécia pelas semifinais, quando deu pena de ver os jogadores adversários se arrastarem em campo.

Para que você tenha uma noção do calor, as posições de comentaristas nos estádios eram improvisadas nas arquibancadas, sem cobertura e nos expondo também ao forte calor. Em todos os jogos eu transpirava tanto que não conseguia sequer ficar com a minha camisa. Fui advertido pelos fiscais da Fifa, várias vezes, a não ficar na tribuna de imprensa daquela forma. Eu sempre dizia: mas quem aguenta? Os fiscais, de paletó e gravata, sorriam ironicamente.

O balanço que se faz sobre a conquista da Copa-94 diz que ninguém mostrou um futebol brilhante. Acho que nesse aspecto o resultado da final, no tempo normal e na prorrogação, refletiu bem o que é isso. Mas não se pode desmerecer o título brasileiro. E devemos enaltecer o plano produzido por Parreira que ao final deu resultado.

Por isso, devo terminar as três colunas sobre o Mundial dos Estados Unidos, plagiando meu amigo Galvão Bueno. Podem dizer que é euforia e ufanismo. Mas eu também grito é tetra, é tetra, é tetra.




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