Economia Titulo Apec
China veta proposta para mudança no câmbio
16/11/2009 | 07:02
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A China vetou ontem o trecho da declaração do encontro da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) que pedia a adoção de taxas de câmbio definidas pelo mercado, o que na prática significa um mecanismo de câmbio flutuante semelhante ao brasileiro. As divergências entre Pequim e Washington em torno do tema atrasaram a divulgação do documento, cujo esboço propunha a livre cotação do valor de cada moeda.

A reunião dos líderes dos 21 países que compõem a Apec terminou ontem com a conclusão de que ainda é cedo para a retirada dos pacotes de estímulos adotados na região, que responde por 54% do PIB mundial.

A declaração final do encontro também defendeu um "novo paradigma de crescimento", que implica mais equilíbrio entre as economias, maior inclusão social, sustentabilidade ambiental, apoio à inovação e a uma economia baseada no conhecimento.

No discurso que realizou ontem durante a reunião, o presidente Barack Obama prometeu reduzir o déficit dos Estados Unidos quando a economia se recuperar. "O crescimento movido por débitos não pode ser o combustível da prosperidade de longo prazo da América", afirmou.

O democrata também defendeu o rebalanceamento da economia mundial, o que significa a redução do consumo e o aumento da poupança pelos norte-americanos e o caminho inverso pelos chineses.

"Nós não podemos seguir as mesmas políticas que levaram a esse crescimento desbalanceado. Se nós o fizermos, vamos continuar a ir de crise em crise, um caminho mal sucedido que já teve consequências devastadores para nossos cidadãos, nossas empresas e nossos governos", declarou Obama.

A referência à questão cambial no esboço da declaração da Apec foi aprovada por ministros das Finanças reunidos na semana passada em Cingapura, incluindo o chinês. Mas o assunto não tratado no discurso que o presidente da China, Hu Jintao, proferiu ontem, no qual também defendeu a necessidade de rebalanceamento da economia global, com o estímulo ao consumo em seu país.

O líder chinês atacou o protecionismo comercial, crítica que tem como alvo barreiras adotadas recentemente pelos Estados Unidos. "Nós deveríamos promover um sistema global de comércio e investimentos justo, livre e aberto e manter o livre fluxo de bens, investimentos e serviços. Isso é essencial para a plena recuperação e o desenvolvimento de longo prazo da economia mundial", declarou o Hu Jintao, com um semelhante ao que costumava ser usado pelos países ricos em relação aos emergentes.




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