Automóveis Titulo Mercado
Estabilização não reprimirá vendas
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
11/11/2009 | 07:00
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Com a retomada da cobrança progressiva do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), a indústria automobilística ainda não sabe em que nível vai se estabilizar o mercado de veículos novos. O que todo mundo dá como certo é que vai haver uma acomodação - pelo fato de consumidores terem antecipado a compra para aproveitar a isenção total do imposto até setembro - mas num ritmo que garantirá empregos, rentabilidade e crescimento do mercado em 2010.

Um dos sinais da acomodação já foi dado em outubro, mês que registrou queda de 4,6% nas vendas em relação a setembro. A expectativa é que novembro feche no mesmo patamar do mês passado, que foi o melhor outubro da história.

"É natural uma acomodação", afirmou Jackson Schneider, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). "Mas o mercado se mantém num bom ritmo, impulsionado pela confiança do consumidor, crescimento da economia e disponibilidade de crédito."

FINANCIAMENTOS - Levantamento da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras) aponta tendência de alta nas vendas financiadas. O volume total de empréstimos saltou de R$ 151 bilhões para R$ 153,9 bilhões em setembro, aumento de 1,9% na massa de recursos, enquanto no mesmo período os juros caíram de 19,4% para 18,9% ao ano.

Para a Anfavea, essa é uma das razões da sustentabilidade do mercado de carros novos, cuja inadimplência superior a 90 dias também caiu de 5,1% para 4,9%, enquanto para outros da economia o índice está em 8,2%.

Segundo o relatório da Anef, as vendas a prazo de veículos e comerciais leves novos atingiram, no terceiro trimestre de 2009, o índice de 58%. Desse total, 29% correspondem ao CDC (Crédito Direto ao Consumidor), 24% são referentes ao leasing e 5% das vendas ocorreram por meio de consórcio.

"Estamos atingindo patamares similares ao período pré-crise, com oferta de crédito, retomada da confiança do consumidor e recuperação da economia brasileira", comentou Luiz Montenegro, presidente da Anef. "O consumidor conquistou muita maturidade no Brasil."

Para Paulo Roberto Garbossa, da consultoria do setor automotivo ADK, a venda de carros e comerciais leves pode se estabilizar num patar de 13 mil unidades diárias, garantindo volume mensal de cerca de 250 mil unidades. "Só a partir de janeiro vamos ter uma real dimensão do tamanho do mercado, mas ele não será ruim."

CONCESSIONÁRIAS - Rogério Lucila, gerente de vendas da Fiat Paulitália, em Santo André, disse que as vendas em novembro estão quase no mesmo ritmo de outubro. "Não podemos nos queixar", declarou.

Já o supervisor de vendas da concessionária Volkswagen Avel, de São Bernardo, explicou que as vendas começaram mais lentas em razão do feriado do início do mês, mas já mostram tendência de crescimento. Para ele, os feirões da marca programados para o final de semana devem animar ainda mais os negócios.




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