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Álcool combustível volta a subir; só em outubro, alta foi de 15%
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
04/11/2009 | 07:00
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O preço do álcool combustível apresentou nova alta na última semana de outubro; cerca de 7%, ou seja, ficou R$ 0,10 mais caro. Considerando todo o mês, o aumento atingiu 15%, segundo levantamento da consultoria Ticket Car. Na Grande São Paulo, que inclui a região, o custo médio do litro do etanol encerrou o mês em R$ 1,51. Já a gasolina apresentou elevação de 2%, para R$ 2,43, por conta do aumento do álcool - 23% da gasolina é composta por álcool anidro.

De acordo com Sergio Prado, representante da Unica em Ribeirão Preto, os reajustes têm se dado por conta da demanda aquecida pelo produto. "O mercado está se ajustando em um patamar alto devido ao aquecimento do consumo", explica Prado.

No entanto, ele afirma que, apesar disso, o etanol ainda é competitivo. "Não é tão mais compensador como antes, mas ainda vale a pena". Ele explica que, tomando como base os valores apurados pela Ticket, com a média de R$ 2,43 a gasolina, o álcool é vantajoso custando até 70% deste valor, ou seja, R$ 1,70.

Marcelo Nogueira, gerente de negócios e especialista do Ticket Car, compartilha da mesma opinião, alegando que enquanto houver a diferença de 30% vale a pena. "Tudo bem que na Grande São Paulo esta diferença já foi bem maior, de 47%, e hoje já chega a 35%, mas ainda assim é vantajoso."

Para Nogueira, existe um fator psicológico de que o etanol rende menos. "Na verdade, dependendo do consumo do carro, como um com motor 2.2, o motorista tem de parar para abastecer diversas vezes e isso que passa esta impressão", comenta.

Um motorista que tem veículo popular 1.0, que enche seu tanque com 45 litros de combustível, se abastecer com o etanol - que faz média de oito litros por quilômetro (km) - gasta cerca de R$ 68. Já se completar com gasolina - que faz 12 litros por km -, serão R$ 107.

Por outro lado, com o tanque cheio o etanol percorre 360 km, enquanto que a gasolina, 540 km.

PERSPECTIVA - O representante da Unica em Ribeirão Preto concorda que o consumidor fica assustado com as frequentes altas do álcool, mas adverte que a oferta está melhorando e a estiagem, mais prolongada. "As usinas vão processar cana-de-açúcar até próximo ao Natal. Tenho a impressão de que estamos rumando a uma estabilidade. Normalizando a oferta, os preços também param de oscilar", afirma.

Prado alerta, entretanto, que se a média do preço vendido pelo usineiro ao distribuidor cair, o custo ao consumidor tem de igualmente ser reduzido. Hoje, o custo de produção mensurado pela Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo) está em R$ 0,70 o litro.




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