A greve dos professores da rede estadual chegou ontem ao terceiro dia e a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) aponta uma maior adesão ao movimento, que pede revogação do decreto estadual 53.037 e aumento salarial. A Secretaria da Educação mantém posição conservadora, mas admite o crescimento.

Manifestantes tentaram mobilizar contingente maior de grevistas na manhã de ontem e pararam a Rua Marechal Deodoro, no Centro de São Bernardo - foram 150 pessoas segundo a Polícia Militar e o triplo conforme a Apeoesp. Seguiram depois para a Câmara Municipal, onde conseguiram ser atendidos pelos vereadores, que fizeram uma indicação ao governador José Serra para que reavalie o decreto 53.037 e abra negociação salarial. Foi feito também pedido para que não haja municipalização do ensino entre 5ª e 8ª séries, mas não houve posicionamento em plenário sobre o assunto. "Foi um avanço", disse Paulo Neves, diretor estadual do sindicato.

A paralisação dos professores tenta evitar rigidez nas normas que diminuiriam transferências entre escolas e nas avaliações profissionais. O governo afirma que o procedimento é fundamental para a modernização do ensino e favorece a continuidade no aprendizado.

A Apeoesp indica que metade dos docentes de Santo André não compareceu ontem às escolas, número próximo ao daqueles que engrossam a paralisação em Diadema (45%). Contas do sindicato mostram ainda 30% de grevistas em Mauá e 40% em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. São Bernardo teria 60% de ausentes, enquanto São Caetano contaria com uma escola completamente sem aula e outras dez com índice que atinge 5%.

A secretaria mantém os 2% de paralisação em todo o Estado. A diretoria regional de São Bernardo, que abrange São Caetano, teria 376 docentes sem trabalhar, 9% dos cerca de 4.000. Outros 162 professores da regional de Mauá, que engloba ainda Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra - estariam fora das salas de aula, aproximadamente 3,5%. Santo André e Diadema tiveram números próximos à média estadual.