A aliança entre PT e PMDB em Santo André está próxima de se concretizar. A expectativa de ambos os lados é que a coligação seja anunciada entre hoje e amanhã. O acordo já estaria costurado, faltando apenas detalhes para bater o martelo, entre os quais a definição do partido que deve compor a chapa proporcional com os peemedebistas - PCdoB e PHS são os mais cotados.
O PMDB, no entanto, mantém o mistério. Segundo o presidente da sigla, vereador Sargento Juliano, não houve avanço nas negociações desde o início desta semana, quando ele mesmo declarou ser de 80% a chance de haver entendimento com os petistas.
O peemedebista chegou até a sugerir a possibilidade de a legenda realizar a convenção (marcada para domingo) sem ter um posicionamento com relação ao pleito de outubro. "Não é a intenção. Mas pode acontecer de realizarmos o encontro com as possibilidades de coligações em aberto."
Embora não confirme o apoio ao PT, o dirigente do PMDB admitiu que a sigla não está em negociação com outras forças políticas da cidade.
"É uma questão de fidelidade. A gente integra a bancada de sustentação desde o tempo do Celso Daniel (prefeito petista assassinado em 2002). Temos esse compromisso e não podemos ficar pulando de galho em galho", justificou.
Juliano reforçou ainda que apenas no caso de o partido perceber que não é bem-vindo na aliança governista é que haverá mudança de postura.
Sobre as reivindicações feitas pelo partido para participar de modo mais efetivo de um eventual governo, o parlamentar adiantou que as negociações estão adiantadas.
"Tem de haver um reconhecimento, pois enquanto outros partidos, os quais não citarei nomes, acabaram deslizando e deixando o prefeito na mão nesta legislatura, nunca fizemos isso. Sempre fomos firmes", argumentou Juliano, em clara referência ao PDT.
Mesmo não integrando a base aliada, os pedetistas foram escolhidos para indicar o vice de Siraque - a vaga foi preenchida pelo sindicalista Cícero Firmino da Silva, o Martinha. Apesar de negar, o PMDB não superou totalmente o fato de ter sido preterido do processo.
INSATISFAÇÃO - O presidente estadual do PMDB, ex-governador Orestes Quércia, negou interferência na negociação com o PT. Especulou-se que haveria pressão para um acerto entre PMDB e DEM em Santo André, reeditando a coligação feita com vistas à Prefeitura de São Paulo.
Apesar de ter dado carta branca para o diretório definir o futuro, Quércia foi claro ao demonstrar preferência por candidatura própria. "Eles têm autonomia para escolher a composição. Mas aliança com o PT é confusa. Acreditávamos que o Juliano fosse o vice. Como as coisas mudaram sem explicação, esperamos uma reação do pessoal do PMDB daqui para ver se ainda lançam candidatura própria."
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