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Fazendeiro mata garoto de 12 anos e revolta cidade
Do Diário do Grande ABC
18/12/1999 | 12:53
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O fazendeiro Fabiano Paiva, 34 anos, matou com um tiro de espingarda no coraçao o garoto Júnior Clayton Silva, 12 anos, quando ele brincava com outras crianças numa jaqueira dentro da propriedade do criminoso em Igarapé-Açu, no nordeste do Pará. O assassinato revoltou a populaçao.

Cerca de duas mil pessoas passaram a noite de sexta-feira e madrugada deste sábado tentando invadir a delegacia para linchar Paiva, que foi preso quando tentava fugir da cidade numa camionete. Nove policiais civis e militares, acuados dentro do prédio, foram obrigados a disparar vários tiros para o alto, enquanto por telefone pediam reforço de quatro municípios vizinhos para conter a multidao.

Dentro da delegacia havia mais cinco presos, também acusados de assassinatos na regiao. Todos, juntamente com Paiva, foram transferidos para a delegacia de Castanhal, a 70 km de Igarapé-Açu, escoltados por 40 homens armados da Polícia Militar.

O enterro do garoto foi acompanhado por mais de 3 mil pessoas no início da tarde deste sábado, mas os protestos na cidade continuaram. A casa do fazendeiro foi apedrejada pela multidao. Um pelotao da PM evitou que a residência fosse invadida, saqueada e queimada. A mulher e os dois filhos do fazendeiro foram retirados do local.

De acordo com o delegado Jozil Machado Castro, tudo começou no final da tarde de sexta-feira, quando o fazendeiro encontrou um grupo de cinco crianças brincando em torno da jaqueira que fica dentro de sua propriedade. Irritado, ele entrou em casa, pegou a espingarda e atirou em direçao ao grupo de crianças. Uma das balas atingiu o coraçao de Júnior Clayton, que morreu na hora.

As crianças fugiram em pânico da fazenda. Um menor de sete anos, A.B, chegou a ser atingido de raspao por um dos tiros.

"Dei um tiro para o alto, apenas para espantar a molecada, que fazia muita algazarra todos os dias em volta da jaqueira e roubava frutas da fazenda", tentou justificar Fabiano Paiva durante o depoimento em Castanhal.

O policial militar Marcos Belarmino Matos contou que teve muito medo de que a populaçao invadisse a delegacia e a incendiasse. "Tinha gente com gosto de sangue na boca. Graças a Deus que o reforço chegou a na hora em que a gente nao estava mais suportando."




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