A tão esperada reforma ministerial mais uma vez foi adiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante reunião com lideranças do PSB na manhã desta quinta-feira, Lula afirmou que as mudanças na Esplanada dos Ministérios só acontecerão depois do dia 11 de março, quando será realizada a convenção nacional do PMDB que definirá o novo presidente do partido.

Todos esperavam que o presidente anunciasse os novos ministros logo após o feriado do Carnaval. No entanto, segundo o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que esteve presente no encontro, Lula prefere esperar a definição no PMDB para fazer a reforma, já que o partido possui a maior bancada no Congresso Nacional e deve ‘abocanhar’ uma boa parte dos ministérios do governo federal.

Disputam a presidência do PMDB o deputado Michel Temer (SP), que busca a reeleição, e o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim. O primeiro é o preferido de Lula e tem o apoio da maioria dos parlamentares do partido, enquanto o segundo é o nome favorito do ex-presidente da República, José Sarney (PMDB-AP), e do atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

PSB – Após a reunião com Lula, os líderes do PSB disseram que não fizeram pedidos específicos de ministérios ao presidente, mas deixaram claro que o partido da base aliada exige manter o espaço que já possui na Esplanada.

Segundo Campos, Lula reafirmou o convite para que o PSB componha a equipe do segundo governo, mas que ainda não estão definidos os ministérios que caberão ao partido. “O presidente afirmou claramente que o PSB vai estar no seu governo não só a nível de ministério, mas também do segundo escalão”.

O presidente do PSB afirmou ainda que na reunião o partido não reivindicou nenhuma pasta e que a decisão cabe apenas ao presidente Lula. “Não chegamos a colocar em forma de exigência a participação do PSB para o presidente. Dissemos que participamos do governo dele, nos sentimos honrados, empestamos quadros de capacidade técnica e política ao governo e que a decisão cabe ao presidente”.

A expectativa, ao sair da reunião, segundo Campos, é de que PSB terá uma participação expressiva no governo e que as Pastas a serem ocupadas serão definidas após conversa de Lula com os demais partidos.

A intenção, não revelada publicamente, é assegurar os Ministérios da Integração Nacional, atualmente nas mãos de Pedro Brito, e da Ciência e Tecnologia, com Sérgio Rezende.

O Ministério da Ciência e Tecnologia não é alvo de disputa, principalmente por não ter um dos maiores orçamentos. No entanto, a Integração Nacional desperta a 'inveja' de legendas poderosas, já que terá uma verba de aproximadamente R$ 6,7 bilhões para destinar a obras de infra-estrutura. O próprio PMB já escancarou o desejo de assumir a pasta neste segundo mandato de Lula.