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Indústria tem menor expansão em 3 anos
Por Anderson Amaral
Do Diário do Grande ABC
05/02/2007 | 22:08
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A produção industrial registrou no ano passado a menor expansão desde 2003, influenciada negativamente pelo câmbio demasiadamente apreciado. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), houve crescimento de 2,8% em 2006, desempenho inferior ao apurado em 2005 (3,1%) e 2004 (8,3%).

Apesar da perda de ritmo, o instituto avalia que o resultado pode ser considerado positivo, uma vez que 54,6% dos produtos pesquisados tiveram alta na produção, contra 49,7% em 2005. “Esse dado mostra mais qualidade na produção, uma vez que houve maior dispersão de crescimento entre produtos e setores”, disse a gerente de Análises e Estatísticas Derivadas do IBGE, Isabella Nunes.

O aumento na produção abrangeu as quatro categorias de uso, com destaque para bens de consumo duráveis, que teve crescimento de 5,8% no ano. A categoria foi influenciada principalmente pelos subsetores de automóveis e eletroeletrônicos, que cresceram 5,1% e 10%, respectivamente – a despeito, no caso das montadoras, da perda de competitividade no exterior. Para Isabella, esses ramos beneficiaram-se da “manutenção do crédito, da maior estabilidade do emprego e do aumento da massa salarial”.

O segmento de bens de capital – como são definidos os bens usados no processo produtivo – também cresceu acima da média geral (5,7%), apoiado principalmente sobre o dinamismo do ramo de informática, que teve expansão de 11,5%, favorecido pelos incentivos fiscais oferecidos pelo governo. O IBGE também constatou bons resultados nos subsetores de bens de capital para fins industriais (5,3%) e outros relacionados à infra-estrutura, como máquinas para energia elétrica (22,2%) e construção civil (8,2%).

Abaixo da média geral da indústria, o segmento de bens de consumo semiduráveis e não duráveis teve alta de 2,7% no ano passado. As principais pressões positivas vieram do ramo alimentos e bebidas para consumo doméstico (3,1%), como resultado do aumento dos rendimentos das famílias e da recuperação do salário mínimo. Por outro lado, o subsetor de semiduráveis (composto basicamente de calçados e confecções) recuou 3,1%.

O setor de bens intermediários – como são chamados os insumos usados na produção de outros bens – teve o menor crescimento entre as categorias de uso (2,1%). O IBGE destacou que o resultado foi prejudicado pelo aumento no volume de importações desse tipo de produto – que, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), cresceram 15,7%, acima da expansão nas exportações (3,3%).

Modestíssimo - O Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) chamou de “modestíssima” a produção industrial de 2006, já que resultou do impacto do câmbio principalmente sobre os setores têxtil, de vestuário, calçados e couro, além de madeira.

O instituto considera que “uma taxa de câmbio mais competitiva para as exportações deveria constituir uma das metas de política econômica como condição para acelerar o crescimento”.




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