A Fifa anunciou que o Centro de Imprensa e o IBC da Copa-2014 serão no Rio de Janeiro. Obrigatoriamente a cidade se tornará cenário de centenas de programas televisivos que serão produzidos durante o evento.

Além da divulgação natural, mais de 5.000 jornalistas ficarão hospedados no Rio. Hotéis, restaurantes e outros setores ligados ao turismo vão faturar alto, com expressiva arrecadação de impostos.

São Paulo obtém assim a sua primeira grande derrota. A SPTuris e as autoridades já haviam indicado o Anhembi como o local ideal para sediar os centros de rádio, televisão e imprensa escrita.

O hotel instalado ao lado do pavilhão de eventos foi cogitado para abrigar os jornalistas. E vários restaurantes na região estavam sendo mapeados para servir os visitantes.

A abertura da Copa ainda não está garantida em São Paulo. Como não está certo que o estádio corintiano, que finalmente começou a sair do papel a partir desta semana, conseguirá atender às inúmeras exigências da Fifa.

É estranho que Gilberto Kassab tenha aceitado passivamente essa derrota do centro de imprensa. Não acreditei quando me contaram que o prefeito chegou a cumprimentar o Rio de Janeiro pela escolha da Fifa.

É de se estranhar também o silêncio de Geraldo Alckmin. Ele tem motivos de sobra para exigir que São Paulo abra a Copa e também divida com o Rio as principais escolhas referentes ao Mundial.

Qual a razão de o prefeito, esperto e inteligente, perder uma parada e sentar-se sobre a derrota? Qual a razão de o governador não bater na mesa com a força e autoridade de quem comanda o maior Estado do País?

E podem esperar: prefeito e governador serão retaliados pelas autoridades de Brasília, que tentarão desgastá-los politicamente.

BLATTER NA CABEÇA

Como previmos na semana passada Blatter será reeleito amanhã. E muito mais fácil do que todos pensavam. Bin Hamman confessou que comprou, ops... exatamente isso! comprou os 35 votos do Caribe, mas renunciou à sua candidatura, até porque foi punido no domingo pelo Conselho de Ética da entidade.

O presidente da Confederação Asiática disse que joga o jogo de Joseph Blatter e seus parceiros, ou seja, suborna a tudo e a todos.

A grande pergunta que se faz é como ficará a situação de Ricardo Teixeira. O presidente da CBF está com a brocha na mão depois de hipotecar solidariedade e apoio a Hamman.

Com certeza vai sobrar para Teixeira, CBF e por extensão para o futebol brasileiro. Não é possível medir neste momento o tamanho da retaliação que vem por aí. Mas podem se preparar!

Márcio Bernardes é âncora da rede Transamérica de Rádio e professor universitário. http://www.marciobernardes.com.br/