Numa reunião que durou cinco horas, o Conselho Diretor da Fundação Santo André decidiu manter o reitor Odair Bermelho na presidência da entidade. Foram oito votos pela saída do reitor, quatro por sua permanência no cargo e três abstenções. Para que o reitor caísse, eram necessários dez dos 15 votos do conselho (dois terços do eleitorado).

As abstenções na votação foram decisivas para manter Bermelho no poder. Esse foi o posicionamento do presidente da Associação dos Advogados do ABC, Manoel Alcides Nogueira de Souza, do representante dos trabalhadores do município, Celso Soares Nogueira, e do representante da Câmara Municipal de Santo André, Orivaldo Oliveira Lopes.

Este último foi o voto que mais causou revolta entre os estudantes. A Câmara Municipal havia tomado posicionamento favorável à saída do reitor. Mas na hora de concretizar essa posição, o representante do Legislativo não pediu a saída.

Lopes é assessor jurídico do vereador Donizete Pereira (PV), presidente da Comissão de Assuntos Relevantes que investiga a Fundação Santo André na Câmara.

O vereador não soube explicar o motivo da postura de seu subordinado. Disse que Lopes não o procurou após a reunião. “Ele pode ter ido viajar”, disse Pereira. “Se ele não nos der uma explicação satisfatória sobre a abstenção, defendo que ele seja substituído”, disse Pereira.

Nenhum dos três representantes foram encontrados para comentar suas posições na reunião.

O prefeito João Avamileno (PT) enviou uma carta à reunião pedindo mudanças na Fundação, para trazer de volta a normalidade à instituição. “Tal mudança (...) não se mostra possível com a presença de sua atual presidência, pelo histórico de suas atitudes, gestos e declarações”, escreveu.

Os representantes da Prefeitura votaram pela queda do reitor – junto com os membros dos estudantes, dos professores e do Fórum da Cidadania do Grande ABC.