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Nem só de notícias se fez o Diário

Ex-funcionária, Mirtes Muniz é parte da história do jornal; servente viu nascer sede da empresa, onde diz ter vivido ‘melhores anos’ de sua vida

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
29/08/2021 | 00:01
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Claudinei Plaza/DGABC


Nem só de notícias é feita a história do Diário do Grande ABC. Ao longo de seus 63 anos de vida, centenas de funcionários participaram da consolidação da marca. Um desses casos é o de Mirtes do Carmo Muniz, 85, que há mais de quatro décadas deixou de ser profissional da empresa, mas diz carregar em sua memória “os melhores anos” de sua vida.

Dona Mirtes foi funcionária do Diário de 1968 a 1974, trabalhando como servente, ou melhor, a moça do cafezinho. Na época, sua função também tinha como encargo a limpeza da sede, ainda em uma pequena casa na Rua Catequese, na esquina de onde hoje fica o prédio do jornal. Ela, que viu nascer o característico imóvel, no número 562, na mesma rua, em visita ao endereço se emocionou ao ver a estrutura, que hoje tem sete andares, mas, conforme relembrou, começou “aos poucos”. “Vi esse prédio ser construído. Quando mudamos para cá, só tinha o primeiro andar. Não era tudo isso”, disse a ex-funcionária, emocionada. 

Nascida em Guaxupé, em Minas Gerais, dona Mirtes revelou que contar sua história de amor com o Diário  “era motivo orgulho”, e o momento também rendeu olhos cheios d’água. Ela relembrou que os fundadores – Edson Danillo Dotto, Angelo Puga, Fausto Polesi e Maury de Campos Dotto – “salvaram sua vida”. “Só tenho boas lembranças daqui”, iniciou ela. “Meu ex-marido me abandonou com meu filho (Ricardo Gomes de Silva, 58), que na época tinha tinha 5 anos. Eu era telefonista formada, mas precisava de emprego e pedi ajuda a dona Daisy (mulher de Angelo Puga)”, contou dona Mirtes. “O seu Angelo me falou que só teria vaga para limpar e servir café e eu disse que aceitava qualquer coisa”, completou.

Na época, dona Mirtes foi morar no conjunto habitacional IAPI (Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriais) na Vila Guiomar, em Santo André, e pela proximidade, andava até o Diário com Ricardo, já que não tinha com quem deixá-lo. “O seu Maury ficava cuidando e brincando com ele enquanto eu trabalhava. Nunca ninguém imaginaria que um chefe seria tão cuidadoso com o filho da empregada”, elogiou dona Mirtes, explicando que foi Maury quem arrumou emprego para ela, em 1974, como telefonista em multinacional, onde Ricardo também trabalhou, passando de office-boy a diretor – hoje é empresário na região. “Só tenho boas lembranças do Diário”, afirmou Ricardo.

Dona Mirtes atualmente mora na Vila Alpina, no município andreense, e Ricardo no bairro Cerâmica, em São Caetano. No entanto, ambos mantêm ligação com o Diário, sobretudo porque ela é uma das pessoas que construíram a história de sucesso da empresa. “Esse lugar representa boa parta da minha vida. Foi bom, um período ótimo que só tenho a agradecer”, disse dona Mirtes, ao se despedir da equipe que hoje faz o jornal.




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