Este instituto de pesquisa norte-americano, especializado em questões de meio ambiente, rebate os argumentos do presidente norte-americano, George W. Bush, segundo os quais o protocolo de Kyoto não é válido porque impõe reduções de emissões de gás somente aos países industrializados e não aos países emergentes do Terceiro Mundo, em particular China e Índia.
Os Estados Unidos, com aproximadamente 5% da população mundial, foram responsáveis por 30% da contaminação planetária no século passado, enquanto China e Índia, com 40% dos habitantes do planeta, só produziram 7% e 2% da contaminação, respectivamente, informa o WRI.
Em 1999, os Estados Unidos produziram 25% da contaminação do planeta, e apenas suas emissões do setor elétrico ficaram acima das emissões globais de seis países emergentes (Argentina, Brasil, Indonésia, México, África do Sul e Coréia do Sul).
Em 2010, os Estados Unidos despejarão na atmosfera uma quantidade de gases de efeito estufa 20% superior à atual, com 1,8 bilhão de tonelada por ano, aumentando ainda mais a diferença em relação a China e Índia.
Na mesma data, China e Índia produzirão o equivalente a 80% das emissões norte-americanas, mas a população dos dois países juntos já é oito vezes superior a dos Estados Unidos atualmente.
Em 1999, os Estados Unidos emitiam 5,6 toneladas de gases de efeito estufa por habitante, ou seja 30 vezes a mais que a Índia e onze vezes a mais que a China.
O WRI estabelece seus cálculos levando em conta a combustão das energias fósseis dos "sumidouros de carbono", a absorção e emissão de gases de efeito estufa pelas florestas e terras agrícolas.
Além disso, embora não assumam compromissos de redução precisos, vários países emergentes já tomam medidas para diminuir suas emissões.
Por exemplo, entre 1997 e 1999, a China reduziu em 17% suas emissões, enquanto seu Produto Interno Bruto aumentou 15%.
Índia, México, Tailândia, Indonésia e Filipinas, países muito dependentes do carbono e do petróleo para sua produção de eletricidade, estabeleceram programas de aumento da eficácia energética e de desenvolvimento de energias renováveis.
O WRI também recusa outro argumento do governo norte-americano, segundo o qual o encarecimento da energia em decorrência da aplicação do protocolo de Kyoto levaria empresas norte-americanas a se mudarem para o Terceiro Mundo. O preço da energia é somente um fator de investimento e de opção de localização entre outros, argumenta o instituto.
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