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São Caetano abre centro pós-Covid e prevê 1.000 consultas em dois meses

Local terá especialistas para cuidar exclusivamente de sequelas deixadas pela doença, como insuficiência cardíaca ou perda de massa muscular

Por Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
14/10/2020 | 00:01
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André Henriques/DGABC


A Prefeitura de São Caetano inaugurou ontem ambulatório exclusivo para acompanhamento e reabilitação de pacientes da cidade que ficaram com sequelas da Covid-19. A unidade – localizada na Rua Oriente, 501, no bairro Barcelona – é a primeira deste tipo no Grande ABC e a expectativa é que atenda pelo menos 1.000 pessoas nos próximos dois meses. Outros municípios da região oferecem o serviço, mas em UBSs (Unidades Básicas de Saúde) ou em centro especializados em reabilitação.

No ambulatório pós-Covid de São Caetano os pacientes passarão por triagem com profissional de enfermagem e, em seguida, serão atendidos por clínico geral. Neste primeiro contato, o profissional pode encaminhar o munícipe para demais especialistas disponíveis, como fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas, que seguirão com o tratamento de cada quadro individualmente. O clínico também encaminhará os pacientes para a realização de exames na rede municipal caso haja necessidade.

De acordo com a secretária de Saúde da cidade, Regina Maura Zetone, os pacientes serão avaliados e receberão o diagnóstico, que pode ser de acompanhamento ambulatorial até internação nos casos de sequelas mais severas. “Pelo que já acompanhamos, podem aparecer casos como insuficiência cardíaca, dificuldade pulmonar ou respiratória, além da fraqueza, perda de massa muscular ou questões psicológicas”, detalha.

A unidade receberá pacientes cadastrados no sistema municipal que ficaram internados na rede pública ou diagnosticados pelo Disque Coronavírus e permaneceram em tratamento em casa. Além disso, a administração também realizou buscas de outros moradores que, mesmo atendidos na rede privada, poderão passar pelo centro de reabilitação.

Aposentada Olíria Araújo, 88 anos, foi uma das primeiras munícipes a usar o serviço. Ela ficou internada por um mês no Hospital Municipal Maria Braido, após testar positivo para o novo coronavírus em abril. A moradora do bairro Oswaldo Cruz lembra que teve falta de ar e que isso se agravou. “Já tinha bronquite, então, acabei piorando com a Covid. Mesmo depois de meses, ainda sinto os efeitos da doença”, comenta ela, que ainda sofre com cansaço, pressão alta e tem coriza com frequência. “Sei que vou fazer raio X, exames de coração e depois retornar ao médico. Talvez se não tivesse esse centro eu iria esperar esses problemas passarem, então, foi ótimo para mim”, ressalta.

Já o eletricista Davi dos Santos, 50, testou positivo para a doença junto à mulher, a assistente social Suzana Aparecida, 51. Logo no começo, em abril, o casal precisou ser internado na rede pública para tratamento, ele ficou também no Hospital Maria Braido e ela, no hospital de campanha dentro do Hospital São Caetano. Davi, por ser hipertenso, ficou mais de uma semana internado com problemas respiratórios e o chiado no peito, que permanece até hoje. “Além disso, apresentei quadro de síndrome do pânico, pois, apesar de não termos ficado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), fiquei com muito medo, então, não dormia direito. Hoje estou melhor, mas o centro será muito bom até para casos piores que o meu”, avalia o eletricista.

De acordo com a Prefeitura, a implantação do centro pós-Covid custou R$ 50 mil para os cofres municipais e mais R$ 30 mil por mês para a manutenção do equipamento. O local funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. 




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