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Doze presos são resgatados do CDP de Santo André
Por Javier Contreras
Do Diário do Grande ABC
26/04/2003 | 19:50
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Armado com fuzis e utilizando escadas, um grupo criminoso conseguiu escalar os 6 m de altura das muralhas do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Santo André, rendeu agentes de escolta penitenciária e resgatou 11 detentos na madrugada de sábado. Os presos fugiram das celas pelo sistema de esgoto. Houve troca de tiros e um dos fugitivos morreu. A ação foi profissional e planejada: os responsáveis pelo resgate utilizaram roupas semelhantes às dos agentes (calça cinza e jaqueta preta).

Segundo a polícia, o resgate começou por volta das 2h, nos fundos do CDP, onde, de acordo com os próprios agentes, a falta de iluminação adequada faz com eles não tenham noção do que acontece nos arredores. Inicialmente, um dos agentes, que estava na torre 2, foi rendido. Os criminosos teriam usado uma escada artesanal com ganchos nas pontas para fixar nas paredes da muralha. “Não deu para ver nada. Dois apareceram e me renderam com um fuzil. Depois esperaram outros dois agentes aparecerem (durante troca de turno das torres, feita periodicamente) e renderam nós todos”, disse um agente. “Eles devem ter usado roupas parecidas para nos confundir.”

Após roubarem as armas – revólveres calibre 38 e escopetas calibre 12 – dos agentes, outros criminosos escalaram as paredes do CDP e invadiram a cadeia. Na seqüência, pelo menos três do bando (ainda não se sabe o número ao certo) fortemente armados, utilizando um alicate corta-vergalhão, arrombaram um cadeado que dá acesso ao corredor da ala C da cadeia. Várias celas têm acesso a esse corredor da ala, mas apenas os detentos do xadrez 14 conseguiram fugir. Os fugitivos, porém, não as arrombaram: eles fugiram pelo sistema de esgoto e, dessa forma, chegaram ao corredor, de onde seguiram em direção à muralha e fugiram pelas escadas improvisadas. “Por meio dos vasos sanitários, os presos arrombaram a grade de proteção da rede de esgoto que dá acesso ao corredor e fugiram, já que a porta de acesso também já havia sido arrombada”, disse o diretor do CDP, Maureci Vicente da Silva, que assumiu o cargo interinamente, em janeiro desse ano.

Durante a fuga, que poderia ser em massa, dois agentes que patrulhavam o interior do CDP perceberam a ação e tentaram impedi-la. Houve correria e intensa troca de tiros. Um dos detentos que tentava fugir, Ricardo Anaia, segundo a polícia preso no ano passado durante a apreensão de 1 tonelada de maconha, morreu. Segundo a polícia, Anaia já estava de posse de um fuzil quando foi baleado. O fuzil – um AK-47, que dispara cerca de 600 tiros por minuto – foi apreendido, assim como duas escadas utilizadas na fuga.

Policiais do Garra (Grupo Armado de Repressão à Roubos e Assaltos) fizeram buscas nas proximidades, mas nenhum dos 11 fugitivos foi recapturado até o fim da tarde de sábado.




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