Desde maio, cerca de 290 famílias moradoras da Favela da Cooperativa, em São Bernardo, aguardam o sorteio dos apartamentos da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). A promessa foi de que eles se mudariam em junho.

Todos os dias, dos barracos de madeira cercados por esgoto, os moradores da área acordam olhando para os apartamentos. Da favela, é possível ver o conjunto habitacional inteiro, novo em folha, desocupado.

As lideranças comunitárias não sabem mais a quem recorrer para que a mudança se realize. Toda a documentação das famílias já foi entregue à Prefeitura de São Bernardo e à CDHU. Mas o sorteio, que define qual será o apartamento de cada morador, estaria atrasado em três meses.

“Daqui a pouco, começa a época de chuvas de novo. Será a mesma coisa: a água vai invadir os barracos, vamos perder o pouco que temos e ficaremos desesperados. Não sei por que tanta demora com essa mudança”, diz a moradora Camila Bossi, 25 anos.

Sorteio - O sorteio tem de ser marcado junto à CDHU pela Prefeitura, que recebeu a documentação e coordenou o cadastramento das famílias.

O secretário de Habitação e Meio Ambiente de São Bernardo, Admir Silvestre, justifica a demora para a distribuição dos apartamentos afirmando que a culpa é dos próprios moradores. “Eles demoraram para entregar a documentação. Por isso, atrasou”, disse.

Silvestre acredita que a data do sorteio dos apartamentos deve ser marcada hoje. A previsão da Prefeitura é de que a mudança ocorra até o fim deste mês. “Aí eu vou derrubar todos aqueles barracos”, planeja Silvestre.