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Abertura do Europride em Madrid critica com humor a homofobia
Por Das Agências
28/06/2007 | 16:43
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A capital espanhola, mais precisamente seu bairro de Chueca, se converteu neste ano na "capital do mundo gay" ao acolher, até o próximo domingo, o festival Europride 2007, com mais de 200 atos.

Segundo a agência Ansa, a previsão é que mais de 2,5 milhões de pessoas assistam ao festival, que no ano passado foi celebrado em Londres. Elas vão à Madrid no próximo sábado para celebrar o Dia do Orgulho Gay, o ato central das celebrações que terão como lema "Agora Europa. A igualdade é possível".

Com as medidas postas em andamento pelo governo de José Luis Rodríguez Zapatero, que legalizou os casamentos homossexuais, a Espanha é hoje, segundo o PSOE (Partido Socialista) "o país da igualdade e da dignidade de homossexuais, transexuais e bissexuais".

O PSOE, segundo seu secretário de movimentos sociais Pedro Zerolo, lamentou "a atitude de alguns governos ultra-conservadores, como é o caso do polonês" e exigiu "uma resposta contundente por parte de todos os democratas europeus e das instituições da União Européia".

Segundo dados do Ministério da Justiça espanhol, desde que entrou em vigor a lei que permite os casamentos homossexuais, no dia 4 de julho de 2005, foram realizadas 3,4 mil cerimônias na Espanha. Esse número pode chegar a 10 mil, já que não estão incluídos dados de casamentos no País Basco e só estão contabilizadas as uniões cujos registros civis foram informatizados.

                       

O manifesto lido nesta quinta-feira por associações gays e lésbicas para comemorar o Dia Internacional do Orgulho Gay aponta que na Espanha "continuam existindo a discriminação e a homofobia" e denuncia "os ataques, insultos e desqualificações principalmente por parte da hierarquia da Igreja Católica e de outras igrejas".

A cantora Marta Sánchez foi encarregada de ler, nesta quarta-feira, o anúncio das festas, na praça de Chueca, onde foi vaiada na leitura em inglês. Ela reagiu dizendo "não me deixam falar essas bichas".

Antes dela, falaram os protagonistas e o diretor do filme "Chuecatown", Pablo Puyol, Carlos Fuentes, Mariola Fuentes e Pepón Nieto, que anunciaram a "notícia transcendental" de que o urso símbolo de Madri é, na verdade, uma ursa.

"Hoje não reunimos aqui só os degenerados madrilenos e os libertinos de outros lugares da Espanha, mas também de outros locais da Europa, como italianos promíscuos, franceses afeminados ou poloneses no exílio", disse Carlos Fuentes.

"Queremos que o urso, ou a ursa, de Madri abrace Ratzinger, os gêmeos Kaczynski e devore os homófobos", completou Pepón Nieto, que concluiu dizendo: "Não quero terminar o discurso sem antes fazer minhas as palavras do presidente do governo Arias Navarro: meninas, Franco morreu".



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