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Fragmentos que viram arte

Assinada pelo grupo Mosaico Paulista, mostra ‘Sem Fronteiras’ é opção no salão expositivo andreense

Por Vinícius Castelli
24/09/2018 | 07:22
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Divulgação


Pequeninos pedacinhos coloridos, que quando são colocados juntos de forma estratégica ganham vida e formam diversas imagens. É com essa técnica, o mosaico, que artistas criam sua arte, principalmente nos anos 1950 e 1960, quando houve movimento muito forte de intervenções com esse material em São Paulo. E a semente foi tão bem plantada que segue até hoje.

Prova disso são as obras feitas pelo grupo Mosaico Paulista, formado em 2014, cujo trabalho pode ser apreciado em Santo André a partir de sábado, no Salão de Exposições do Paço, na mostra Sem Fronteiras, exibida por meio do projeto Okupa Cultura 2018, da Prefeitura. Com entrada gratuita, ela segue em cartaz até dia 26 de outubro.

A exposição, com curadoria assinada pelo próprio coletivo, é ilustrada por cerca de 59 obras de 28 artistas de várias partes do Estado, inclusive da região, como é o caso de Cristina Passaretti, Cris Romano e Elisangela Secassi, todas de Santo André.

“A paixão pelo mosaico foi o que uniu o grupo. Na exposição, embora todos os trabalhos sejam dessa forma, será possível perceber as diferentes técnicas, linguagens e materiais utilizados pelos artistas. Cada um tem sua linguagem e expressão próprias”, explica Cristina.

A maior parte das obras foi realizada a partir de tema livre, segundo Cristina, mas há um setor da mostra que foi dedicado exclusivamente à São Paulo, a partir da relação que cada artista tem com a cidade. Tanto que há a Ponte Octávio Frias de Oliveira e a Catedral da Sé. Ela explica que a ideia foi de que cada um dos participantes, dentro do seu acervo, escolhesse as obras que mais considerava interessante e que pudesse representar e refletir as diversas formas e técnicas que o mosaico permite, sempre com a sugestão de mostrar a diversidade dentro desta técnica.

Além de paciência e amor pela arte, os artistas usam materiais como azulejos, pastilhas, cerâmicas, mármores diversos e materiais vítreos. Tudo feito manualmente, com ferramentas como alicates e martellina (tipo de martelo). “Os pequenos pedaços de materiais cortados, chamamos de tesselas e estas são coladas lado a lado, criando a imagem desejada”, explica a artista.

Cristina lembra que o mosaico já existia no ano 3.000 a.C., na Mesopotâmia, e sua evolução e abrangência são riquíssimas. Ela diz ainda que a Capital paulista, por exemplo, conta com várias obras feitas com essa técnica e que são facilmente acessadas pelas pessoas. Ela cita como exemplos os muros externos do aeroporto de Congonhas e um mural de Di Cavalcanti (1897-1976), que presta homenagem à imprensa, instalado em prédio no encontro das ruas Martins Fontes e Major Quedinho. Há também dois mosaicos italianos na Catedral da Sé.

Sem Fronteiras – Exposição. No Saguão de Exposições de Santo André – Praça 4º Centenário. Abertura no sábado, às 14h. Até dia 26 de outubro. Visitação de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h. Entrada gratuita. 




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